Numa visita ao centro comercial, o administrador do condomínio, Luís Pinho, afirmou à Lusa que a intervenção, que arrancou em dezembro de 2022 a cargo do arquiteto João Ferros, deverá estar concluída “em finais de junho”.

Localizado na rotunda da Boavista, o centro comercial Brasília foi inaugurado a 09 de outubro de 1976.

No centro comercial existem atualmente 243 lojas, mais de 12.000 metros quadrados de escritórios, 21.000 metros quadrados de estacionamento, três apartamentos, um cinema e um pavilhão.

As obras não abrangem, no entanto, as zonas comuns de cerca de um terço do edifício, por decisão de alguns proprietários.

Na entrada principal do centro comercial (Praça Mouzinho de Albuquerque), os taipais escondem os trabalhos que ainda decorrem nas escadas rolantes.

“A entrada deverá estar acabada até finais deste mês”, referiu Luís Pinho, esclarecendo que a intenção do condomínio foi tornar o espaço “mais ‘clean’”, mas também melhorar a sua acessibilidade e iluminação.

Os tetos das zonas comuns foram pintados de preto e apetrechados com iluminação LED.

Onde outrora existia uma escadaria de grandes dimensões que ligava o rés do chão ao 1.º andar e piso -1, existe agora uma pequena praça, iluminada por renovadas claraboias. O modelo foi replicado no piso -1, que conta também agora com uma pequena praça.

A par das melhorias nas zonas comuns, a obra incidiu também nas casas de banho, cujo acesso passa agora a ser pago (0,50 euros) para “evitar o vandalismo e preservar o seu estado”.

“Os lojistas têm um cartão que lhes dá acesso gratuito”, esclareceu o responsável, acrescentando que as casas de banho são agora acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida. A par dos sanitários nos pisos com lojas, também os dos pisos com escritórios vão ser renovados.

Se a entrada principal só deverá estar concluída no final deste mês, a entrada do Hospital das Forças Armadas (Rua da Boavista) está praticamente concluída, faltando apenas “alguns ajustes”, como a implementação de mostradores digitais, múpis e sinalética.

A fachada lateral está a ser reconstruída pela Fidelidade, um dos 170 proprietários do edifício, que será totalmente envidraçada.

Para a empreitada de requalificação do edifício, orçada em mais de 500 mil euros, não foram necessárias quotas extraordinárias dos proprietários e o investimento recorreu ao fundo de reserva, bem como à recuperação da dívida antiga do condomínio, esclareceu Luís Pinho.

"No entanto, tivemos de fazer alguns ajustes face ao preço dos materiais de construção", referiu, dando como exemplo o chão, cuja intenção era substituir, mas que tal não foi possível.

À Lusa, Luís Pinho adiantou que a administração do condomínio está a estudar uma solução para a fachada principal do centro comercial, mas que, de momento, não irá avançar com nenhum projeto. A entrada virada para a rotunda vai apenas contar, para já, com um novo letreiro para evidenciar a presença do centro comercial.

"Primeiro vamos acabar com esta obra", afirmou, destacando que a requalificação da fachada não estava incluída nesta empreitada.

Com 63.000 metros quadrados de área de construção, no centro comercial Brasília 80 a 85% das lojas estão ocupadas, mas tanto o antigo cinema Charlot, com capacidade para 400 pessoas, como o pavilhão, com 1.200 metros quadrados, estão encerrados e à venda.

Segundo Luís Pinho, a administração do condomínio prevê realizar em finais de junho um evento para assinalar a requalificação do centro comercial, com exposições, feiras e música, estando ainda a ultimar os preparativos.