A OCDE antecipa que "sem uma ação radical para reduzir a procura, maior longevidade dos produtos e mais possibilidades de reciclagem", a poluição por plásticos aumentará ao mesmo ritmo, uma vez que metade da produção acaba em aterros e menos de um quinto é reciclado.

No relatório prevê-se que a quantidade de plástico que polui o meio ambiente poderá praticamente duplicar para 44 milhões de toneladas por ano, com consequências especialmente para os meios aquáticos, onde a quantidade de poluição por plástico poderá atingir 1,14 mil milhões de toneladas em 2060, mais do triplo das 353 milhões de toneladas verificadas em 2019.

A projeção é que o consumo global de plástico aumente das 460 milhões de toneladas verificadas em 2019 para 1.231 milhões de toneladas em 2060, um crescimento que deverá ser "mais rápido nos países em desenvolvimento e emergentes.

O consumo de plástico por pessoa poderá chegar a 238 quilos por ano nos 38 países-membros da OCDE e 77 quilos em países que não pertencem à organização.

Apesar do aumento de consumo e desperdício esperado, o uso de plástico reciclado também deverá subir, atingindo 17% do total consumido em 2060 face aos 09% de 2019.

No entanto, 20% do plástico deverá continuar a ser queimado e 50% depositado em aterros, considera a OCDE.

A organização apresenta um cenário em que o desperdício poderá ser reduzido em quase 20% e se poderá cortar em mais de 50% a quantidade que acaba a poluir o meio ambiente, desde que haja "ação regional com um conjunto de políticas fiscais e regulatórias" sem "impacto substancial no Produto Interno Bruto [PIB] global", que baixaria 0,3% em 2060.

Num outro cenário projetado pela OCDE, com "políticas mais rigorosas aplicadas globalmente", o desperdício poderia ser reduzido em um terço e quase se eliminaria a poluição ambiental com plástico. O custo seria uma redução de 0,8% no PIB global.

Entre as medidas contempladas no relatório da OCDE está a imposição de taxas sobre o plástico, incluindo embalagens, incentivos à reutilização e reparação de plásticos danificados, quotas de plástico reciclado utilizado no fabrico de produtos novos e aumento das taxas de recolha de resíduos.

O relatório, que será apresentado a 21 de junho, aprofunda as conclusões de um outro divulgado em fevereiro deste ano, em que se referia que o desperdício de plástico duplicou em duas décadas.

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