Entre os danos registados por famílias e empresas e ao nível das infraestruturas públicas, o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins (PS), referiu uma “estimativa entre os seis e os sete milhões de euros de prejuízos”.

O Governo anunciou que ia apoiar os municípios afetados pelo mau tempo deste mês, devendo as autarquias fazer o levantamento dos prejuízos até, no máximo, 15 de janeiro.

Em Odivelas (distrito de Lisboa), a freguesia da Póvoa de Santo Adrião-Olival Basto foi o local mais afetado, com a chuva forte e o transbordo da ribeira de Odivelas a inundar as zonas envolventes da Estrada Nacional 8 (que liga Odivelas e Loures) nas noites de 07 e 13 de dezembro.

No total, foram identificadas 62 famílias a necessitar de ajuda do Fundo de Auxílio Social de Emergência do Município, um “apoio direto às pessoas” em despesas como alimentação, medicamentos, óculos, livros escolares e faturas de água, eletricidade e gás, informou Hugo Martins.

Por isso, a autarquia decidiu criar um fundo municipal de 1,2 milhões de euros para “fazer face aos danos e prejuízos causados nas pessoas, empresas e movimento associativo”, destacando-se neste último caso as perdas registadas na Santa Casa da Misericórdia da Póvoa e no clube União Desportiva e Recreativa de Santa Maria.

Depois de contactar com 92 empresas no concelho, o município vai disponibilizar um “atendimento personalizado” na Casa da Cultura, na Póvoa de Santo Adrião, nos dias 21 e 22 de dezembro, assim como no Pavilhão Multiúsos de Odivelas, nos dias 27 e 28 de dezembro.

“Temos feito um atendimento personalizado com as pessoas. Vamos fazê-lo agora também com as nossas empresas”, explicou Hugo Martins, acrescentando que “mais de 90% dos negócios do comércio local já estão reabertos”.

Sobre a prevenção de novos episódios na Póvoa de Santo Adrião-Olival Basto, freguesia que tem “zonas ameaçadas pelas cheias” assinaladas no Plano Diretor Municipal, o autarca socialista pediu uma solução integrada.

“Não obstante todas as intervenções que possam ser feitas pelos municípios para mitigar estes episódios, terá de haver, entre as entidades da administração central e local, soluções para momentos em que temos os níveis de pluviosidade que se verificaram, em simultâneo com a maré cheia no rio Tejo”, referiu.

Nestas condições, sublinhou, a ribeira de Odivelas não consegue “entregar as suas águas” ao rio Trancão (que atravessa Loures e desagua no rio Tejo).

Hugo Martins já tinha anunciado que o município vai colocar uma proteção junto a esta ribeira, onde morreu um taxista no dia 11 de dezembro na sequência de um despiste, algo que, segundo os moradores ouvidos pela Lusa nesse dia, ajudaria a evitar também cheias no bairro localizado no Olival Basto.

A Proteção Civil registou mais de 7.950 ocorrências de mau tempo no território continental, inclusive 4.841 inundações, e 88 desalojados desde as 00:00 do dia 07 e até às 08:00 do dia 15.