“Este OE é enganador, para não dizer um embuste”, afirmou o deputado na Assembleia Legislativa, adiantando que a proposta orçamental do Governo “afugenta o investimento” e confirma “a pior das previsões: zero é o valor da tão propalada verba para o arranque do novo hospital” da região.
“Verdadeiramente, a Madeira foi completamente ostracizada, preterida quando comparada com Évora, Seixal e Lisboa Oriental”, disse.
O deputado adiantou que já pediu a presença do Representante da Madeira na Comissão de Acompanhamento das Políticas Financeiras, o diretor regional dos Assuntos Fiscais, João Machado, “para esclarecer o chumbo da candidatura [do hospital] a Projeto de Interesse Comum".
Argumentou que, se a região cumpriu todos os procedimentos processuais, esta situação constitui “um veto político por parte do ministro das Finanças”.
António Lopes da Fonseca lembrou que “quem afirmou na Madeira que o hospital seria uma prioridade do Governo socialista, apoiado por toda a esquerda, foi o atual primeiro-ministro”.
O parlamentar apontou, ainda, que o país assiste a um “primeiro-ministro que não honra nenhuma palavra dada”, porque o novo hospital não foi incluído no OE2017 e, depois de ter definido um apoio da República de 17,4 milhões de euros para a reconstrução na sequência dos prejuízos dos incêndios na segunda semana de agosto na ilha, inscreveu na proposta orçamental apenas 3,5 milhões de euros.
Lopes da Fonseca criticou, ainda, o líder do PS/Madeira, Carlos Pereira, que declarou publicamente que as verbas estavam asseguradas, que mostrou “não contar para nada neste processo”.
O centrista censurou ainda o coordenador e deputado da CDU regional, Edgar Silva, que anunciou na quinta-feira a inclusão de, “pelo menos, 25 milhões de euros para o hospital”.
Na ocasião, o deputado do BE na Madeira Roberto Almada anunciou que o parlamentar eleito pela Madeira no parlamento nacional, Paulino Ascensão, “está a preparar uma proposta de alteração do OE para incluir o apoio para o hospital da Madeira”.
Já o líder do PS no parlamento regional, Jaime Leandro, sublinhou que o Orçamento ainda tem “um longo percurso, ainda nem começou a ser discutido na Assembleia da República”, acrescentando que o partido tem “propostas de alteração e vai apresentá-las”.
Também o deputado comunista madeirense Edgar Silva referiu que a proposta “corresponde a um defraudar de compromissos” e constitui uma “fraude política”.
A Assembleia Legislativa da Madeira discutiu hoje um voto de protesto da autoria do PCP "contra todas as formas de obstaculização à construção do novo hospital na Região Autónoma” que será votado na próxima semana.
Comentários