Em declarações aos jornalistas à margem da conferência "Mobilidade, Transportes e Política Pública: O Passe Único", que esta tarde decorreu no Porto, o presidente da Área Metropolitana de Lisboa (AML), Fernando Medina, explicou que a medida "ainda não está aprovada pelo Governo", nem a solução em relação ao modelo está "fechada", mas a expectativa é "muito grande".

“Esperamos que os recursos financeiros para isso sejam aprovados no Orçamento do Estado e depois existirão os trabalhos técnicos que permitirão concretizar a medida. Esperamos que nos primeiros meses de 2019 esteja disponível", disse Fernando Medina que falava ao lado do presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues.

Fernando Medina, também presidente da Câmara de Lisboa, explicou que "a solução de trabalho com o Governo não está fechada" e que "o que está em cima da mesa é um financiamento às áreas metropolitanas para fundos de mobilidade metropolitanos ou municipais que possam ser adaptados às especificidades de cada um".

"Nos casos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto fomos claros: é nos tarifários", declarou Fernando Medina.

Questionados sobre qual o bolo financeiro que está em negociação junto do Governo para esta matéria, Medina adiantou que a AML quer 65 milhões de euros/ano, enquanto Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, apontou para "cerca de 20 a 25 milhões de euros/ano" para a AMP.

O debate de hoje também ficou marcado pela convicção de que o Porto, devido à introdução do sistema ‘Andante', está "mais adiantado" na solução face a Lisboa.

A este propósito, com Fernando Medida exemplificou que "neste momento a AML tem mais de 2.000 títulos diferentes".

"É um sistema incompreensível para os cidadãos. A medida também tem como objetivo a simplificação, porque termos um sistema claro e simples aos olhos dos munícipes é absolutamente essencial para promover o transporte público", realçou o autarca de Lisboa.

Outros dos objetivos prende-se com a intenção de reduzir tarifários.

"A proposta de redução tarifária tem um grande efeito social no rendimento das famílias. Para muitas famílias a diminuição do valor dos passes pode ser superior às reduções de impostos que foram realizadas até agora e às devoluções feitas nos últimos anos", acrescentou o presidente da AML.

Já ao longo do debate, estes autarcas consideraram "fundamental que o quadro de poderes seja muito claro" no que diz respeito aos transportes, com as áreas metropolitanas a reclamarem as decisões sobre o setor para si.

"Acreditamos que as áreas metropolitanas são o motor de uma nova proposta de mobilidade, mas assumimos as responsabilidades da Autoridade Metropolitana de Transportes e, desde logo, a coordenação dos vários modelos intermodais do território e assumimos a lógica da comparticipação", explicou, à margem da sessão, Eduardo Vítor Rodrigues.

O autarca de Vila Nova de Gaia salientou que as áreas metropolitanas "não estão apenas a pedir um novo modelo".

"Estamos a pedir um novo modelo de parceria em que os municípios afetam dinheiro do seu orçamento a uma responsabilidade muito concreta que passam a definir como esteio fundamental do Estado social, da componente ambiental, da melhor circulação nas cidades", concluiu Eduardo Vítor Rodrigues.

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