"O BE negociou este orçamento até ao último minuto e vai continuar a negociá-lo na especialidade e a tentar melhorá-lo", disse Catarina Martins, em declarações aos jornalistas em Torres Novas, no distrito de Santarém.
Na proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), o Governo estima um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% no próximo ano, uma taxa de desemprego de 6,3% e uma redução da dívida pública para 118,5% do PIB.
No documento, o executivo mantém a estimativa de défice orçamental de 0,2% do PIB no próximo ano e de 0,7% do PIB este ano.
No âmbito de uma visita ao Mercado de Torres Novas, onde esteve esta manhã em contacto com a população, Catarina Martins disse aos jornalistas que, “tendo as negociações se iniciado com uma enorme diferença, houve passos que foram importantes para o cumprimento dos compromissos essenciais entre os vários partidos e, sobretudo, com a população", com um trabalho que "começou em 2015 para que esta legislatura possa responder aos seus problemas" concretos.
"Sabemos que vivemos num país que é muito injusto e com muitas desigualdades. Se me pergunta se este Orçamento do Estado resolve estes problemas, lhe direi que não. Se dá alguns passos que são relevantes para melhorar condições de vida, dá. Se podemos fazer melhor, podemos. E estaremos cá para trabalhar para isso", afirmou a dirigente do BE.
Catarina Martins sublinhou que se provou “ao longo da legislatura que é recuperando salários e pensões que a economia cresce", destacando as medidas para as famílias, como a "reforma do IRS e o aumento aos pensionistas", a par de outras como o "aumento do abono de família, a descida das propinas, a gratuitidade dos manuais escolares para toda a escolaridade obrigatória".
Além disso, continuou, os passes sociais com "abaixamento significativo nos transportes coletivos nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, alargado a todas as Comunidades Intermunicipais".
Questionada sobre o aumento anunciado de 50 milhões de euros para os funcionários públicos, Catarina Martins disse "compreender" que "os trabalhadores do Estado estão com salários congelados há muitos anos" e manifestou a sua "solidariedade" para com as reivindicações.
No entanto, observou, "há alguns passos neste Orçamento de Estado", já que o Governo "tinha dito que não aceitaria os aumentos da função pública e, neste momento, já está a negociar, não exatamente com os montantes que os sindicatos exigem e que o BE até acha que poderiam ser justos, mas há uma aproximação".
Por outro lado, haverá a "contratação de mais funcionários públicos" e a "vinculação dos trabalhadores precários da função pública", situação prevista no Orçamento do Estado e que "pode dar melhores condições de trabalho a cada um dos trabalhadores do Estado e também melhores condições aos utentes dos serviços públicos".
A coordenadora do BE lembrou ainda que "este é o último orçamento desta legislatura", que será cumprida até ao fim.
"Seguramente foi possível, quando tantos diziam que seria impossível, levar esta legislatura até ao fim, fazer cumprir os acordos de 2015 e recuperar as condições de vida, os salários e as pensões do nosso país", concluiu.
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