António Costa assumiu esta posição no final das Jornadas Parlamentares do PS, em Setúbal, num discurso em que também se referiu à proposta da bancada socialista de alteração ao Orçamento do Estado para acabar com os 'vistos gold' por investimento imobiliário nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Entre outros críticos, essa proposta mereceu já reparos por parte do presidente da Câmara da capital, Fernando Medina.
Perante os deputados socialistas, António Costa saiu em defesa da proposta apresentada pelo Grupo Parlamentar do PS, alegando que as medidas a introduzir no setor da habitação "não seriam completas se não houvesse uma reorientação ao nível dos 'vistos gold'".
"Não estamos a proibir os vistos gold, mas devemos reorientar o seu investimento. Os vistos Gold podem e devem contribuir para reforçar o investimento produtivo, designadamente em fundos empresariais", apontou o líder do executivo a título de exemplo.
António Costa defendeu a seguir que os vistos Gold podem ser obtidos por financiamento a atividades de investigação científica, de valorização do património cultural, aquisição de títulos da dívida pública e, igualmente, para a recuperação do património imobiliário onde é necessário, ou em zonas de baixa densidade populacional.
"Felizmente, já não é mais necessário no centro das maiores cidades, mas continua a ser necessário nas regiões autónomas ou nos territórios de baixa densidade. É para aí que devemos reorientar os investimentos conseguidos através dos 'vistos gold'", sustentou.
António Costa rejeitou também argumentos de setores ligados ao mercado imobiliário de que o Governo estará "a mudar regras a meio do jogo".
"Todos aqueles que já obtiveram o visto Gold não o perderão. Aqueles que agora queiram vir obter o 'visto gold', digo que são todos bem-vindos desde que invistam onde o investimento é necessário e não onde já não é necessário", reagiu o primeiro-ministro.
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