"Podia, até, ser um jogo do gato e do rato entre PCP e BE. Mas não. O jogo era outro!", comentou Carlos César, ex-líder parlamentar socialista numa publicação na rede social Facebook.
César cita o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, ao afirmar que o Governo "'nunca foi tão longe' na confluência com o BE e o PCP, antes, ou mesmo depois, da análise e votação do Orçamento na especialidade".
"Que mais podiam fazer o governo e o PS?! De cada vez que o governo avançava nas negociações ou se aproximava de um acordo, eles faziam por ignorar ou davam novos passos adiante para ficarem sempre mais longe de um consenso mínimo. Procuraram sempre uma agenda inaceitável e irrealizável no curto prazo e num país como o nosso. Bastou ouvir, também o PCP, a dizer que exigia, já no próximo dia 01 de janeiro, a atualização do salário mínimo nacional para 850 euros (se assim fosse, íamos ver pequenas e médias empresas a caírem, um pouco por todo o país, como castelos de cartas, transformando salários em subsídios de desemprego e falências empresariais)", comenta.
Na opinião do presidente do PS, "só 'por magia', por 'magia negra', era possível contornar essa via de insensatez" protagonizada pelo BE e PCP.
"Ninguém ganha com a reprovação do Orçamento do Estado: muito menos o nosso país. Bem precisávamos, agora, de prosseguir sem interrupção, com normalidade e com confiança a concretização dos novos projetos de investimento e das medidas do Orçamento e do PRR. Não devia nem tinha que ser assim", argumenta.
A terminar, o ex-líder da bancada socialista sublinha: "o PS continuará a trabalhar para recuperar Portugal e prosseguir na consolidação do percurso de crescimento que já estamos a fazer, com a liderança competente e rigorosa do nosso primeiro-ministro António Costa", com os seus "erros e virtudes", mas também com as "lições" que aprendeu "neste tempo de Governo".
Após o anúncio do voto contra do BE e do PCP, a proposta de Orçamento do Estado para 2022 deverá ser chumbada no parlamento na quarta-feira, logo na votação na generalidade.
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