“Aos partidos da direita populista de mau humor conhecemo-los da Finlândia, Suécia, Dinamarca, Noruega, Países Baixos, Áustria… e daqui”, disse Scholz, na sua habitual entrevista de verão ao canal público de televisão ARD, citada pela EFE, depois de questionado sobre a responsabilidade do seu Governo na subida da Alternativa para a Alemanha (AfD) nas sondagens.

“É preciso responder com uma perspetiva de futuro para o nosso país e com a questão do respeito”, declarou o chanceler social-democrata. E referiu que, face às mudanças que se vivem atualmente, os cidadãos devem ter “a segurança de que há um bom futuro” para eles e para os netos.

Fez ainda referência ao princípio do respeito, que implica que “todos os que contribuem para a sociedade” devem ser capazes de “tomar decisões sobre a sua vida” sem se sentirem mal nem discriminados.

Scholz reconheceu que teria sido melhor evitar os desentendimentos recentes na coligação que junta sociais-democratas, verdes e liberais no Governo, às quais muitos analistas atribuem o crescimento da AfD nas sondagens.

Comparando o executivo de coligação a uma família, o chanceler sublinhou a necessidade de compromissos, para refutar acusações de falta de liderança.

Para Scholz a subida da extrema-direita deve-se mais a dinâmicas globais, sublinhando que as sondagens noutros países europeus não mostram resultados “muito diferentes” dos da Alemanha.

Defendeu a prática de um “cordão sanitário” em relação à AfD, onde, disse, existem “muitas posições de extrema-direita”, pelo que os partidos democráticos “não podem nem devem” cooperar com ela.

Sobre a recente eleição de um governador regional da AfD em Sonneberg, na Turíngia, disse não acreditar que o processo de impugnação aberto tenha êxito, afirmando que quem defende ideologias de extrema-direita não pode ser funcionário público, por ter uma ideologia inconstitucional, não por pertencer a determinado partido, clarificou.

De acordo com uma sondagem publicada na sexta-feira pelo canal público ZDF, se as eleições fossem hoje a CDU, atualmente na oposição, seria vencedora, com 28% dos votos, seguida da AfD (19%) e do SPD, de Scholz, com 18%.

Seria a percentagem mais elevada para a AfD desde a sua fundação há 10 anos. As sondagens indicam também que o nível de satisfação com o Governo está nos valores mais baixos desde o início da legislatura em setembro de 2021, com uma taxa de aprovação de 39%.

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