D.G: Depois de Georgieva, a sexta votação

A 5 de Outubro, feriado em Portugal, tem lugar a sexta votação, que pela primeira vez identifica os votos dos membros permanentes do conselho de Segurança, que têm poder de veto. Esta votação acontece depois da comissária europeia, Kristalina Georgieva (na foto), defender na ONU a sua inesperada candidatura.

A.G: Antes de Georgieva, Guterres vence quinta votação

A 26 setembro de 2016, António Guterres ficou à frente na quinta votação secreta, com 12 votos "encoraja", dois "desencoraja" e um "sem opinião", o mesmo resultado da votação anterior. Em segundo lugar, ficou o sérvio Vuk Jeremic, mas com apenas oito votos de encorajamento, seis "desencoraja" e um "sem opinião. O eslovaco Miroslav Lajcak, que ficara em segundo lugar da última vez, desce para terceiro e piora os seus resultados: oito "encoraja", sete "desencoraja" e nenhum "sem opinião”.

Fora do pódio está Susana Malcorra, da Argentina, que ficou no quarto lugar, com sete "desencoraja" e o mesmo número de "encoraja", alcançando o seu melhor resultado. Danilo Turk, da Eslovénia, empata no quarto lugar com os mesmo votos. Irina Bokova, que lidera a UNESCO tem agora mais votos "desencoraja" (sete), do que "encorajamentos" (seis). A nova-zelandeza Helen Clark tem nove "desencoraja" e apenas seis “encoraja". Srgjan Kerim, da Macedónia, e Natalia Gherman, da Moldávia, ocupam os dois últimos lugares.

O declínio da “favorita” Bokova

Guterres ganha a quarta votação secreta a 9 setembro 2016, melhorando o resultado face à anterior. O ex-primeiro-ministro português obteve 12 votos "encoraja", dois "desencoraja" e um "sem opinião”. Em segundo lugar ficou novamente o eslovaco Miroslav Lajcak, com 10 encoraja, quatro desencoraja e um "sem opinião", melhorando também a sua votação da terceira ronda. Em terceiro lugar ficou o sérvio Vuc Jeremic, com nove "encoraja", quatro "desencoraja" e dois "sem opinião”. Seguiu-se Srgjan Kerim, da Macedónia, com oito votos positivos mas sete “desencoraja". A primeira mulher, Irina Bokova (na foto), durante muito tempo indicada como favorita, surge em quinto lugar, com sete "encoraja", cinco "desencoraja" e três "sem opinião”. Susanna Malcorra, da Argentina, surge em sexto lugar com o mesmo número de "encoraja" e "desencoraja" - sete - e apenas um "sem opinião”. Os últimos lugares ficaram para o esloveno Danilo Turk, a candidata da Nova Zelândia, Helen Clark, Christiana Figueres, da Costa Rica, e a moldava Natalia Gherman.

O pior resultado de Guterres e a ascensão de Lajcak

A 29 agosto 2016, o ex-primeiro-ministro português ficou à frente na terceira votação secreta, mas com pior resultado face às duas anteriores. Guterres teve 11 votos "encoraja", três "desencoraja" - o pior resultado de todas as votações - e um "sem opinião”. O ministro dos Negócios Estrangeiros eslovaco, Miroslav Lajcak, que se encontrava no final da lista nas primeiras votações, subiu ao segundo lugar. O candidato da Europa de Leste reuniu, no entanto, cinco votos "desencoraja", nove votos de apoio e um "não opinião”. Em terceiro lugar ficou Irina Bokova, com o mesmo número de "desencoraja", mas apenas sete votos de encorajamento e três sem opinião. Vuk Jeremic, que tinha ficado em segundo lugar na última votação, conseguiu os mesmos votos de Bokova. Em quarto lugar ficou Susana Malcorra, também com sete votos "encoraja", mas sete votos desfavoráveis e apenas um "sem opinião”. Os últimos lugares ficaram para Srgjan Kerim, Helen Clark, Danilo Turk (que ficou em segundo na primeira votação), Natalia Gherman e Christiana Figueres.

Guterres lidera na segunda votação

António Guterres ficou à frente na segunda votação secreta, a 5 de agosto de 2016, com 11 votos "encoraja", dois votos "não tem opinião" e dois "desencoraja". Na primeira votação nenhum país tinha emitido votos de desencorajamento acerca do português. Vuk Jeremic, da Sérvia, que alcançou o segundo lugar com oito votos favoráveis, mas quatro "desencoraja" e três sem opinião. Em terceiro lugar, ficou Susana Malcorra, também com oito votos "encoraja", mas seis votos desfavoráveis e apenas um "sem opinião”. O ex-Presidente esloveno Danilo Turk, que tinha ficado em segundo lugar na primeira votação, desceu para quarto lugar com sete votos positivos, cinco negativos e três sem opinião. Irina Bokova obteve sete votos de desencorajamento, o mesmo número de países que encoraja a sua candidatura (apenas um não indicou opinião). No fim da lista, surge Helen Clark, da Nova Zelândia. Os últimos lugares ficaram com Miroslav Lajcak, da Eslováquia, Christiana Figueres, da Costa Rica, Natalia Gherman, da Moldávia, e Igor Luksic, de Montenegro. Vesna Pusic, da Croácia, tinha desistido a dias da segunda votação.

A primeira prova

A 21 julho 2016 teve lugar a primeira votação, na qual as diferentes receberam indicações de "encorajamento, desencorajamento" ou "indiferença" por parte dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU. O ex-primeiro-ministro português recebeu 12 votos de encorajamento e três “sem opinião” e não teve nenhum voto contra a sua candidatura à liderança da ONU. Dos restantes candidatos a suceder a Ban Ki-moon, o esloveno Danilo Turk recebeu 11 votos de apoio e dois votos contra. Depois, surgiu a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros búlgara e diretora da UNESCO, Irina Bokova, com nove votos de encorajamento e quatro de desencorajamento. Seguiram-se Vuk Jeremic, da Sérvia, e Helen Clark, da Nova Zelândia. Os últimos lugares ficaram para Miroslav Lajcak, Eslováquia, Susana Malcorra, da Argentina, Christiana Figueres, da Costa Rica, Natalia Gherman, da Moldávia, Igor Luksic, de Montenegro. Vesna Pusic, da Croácia, ficou em último, com 11 votos negativos.

antonioguterres.gov.pt

A 17 junho 2016, a candidatura de António Guterres lança na Internet o seu site oficial, antonioguterres.gov.pt, com conteúdo em inglês e alojada na plataforma do Governo português. O site, com o título "Uma vida dedicada ao serviço público", ocorreu a pouco mais de um mês da primeira votação pelos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Guterres é candidato a secretário-geral da ONU

29 fevereiro 2016 - Portugal formaliza a candidatura de António Guterres, antigo Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, a secretário-geral da ONU, sucedendo a Ban Ki-Moon.

 Quem resiste e quem ficou sem fôlego nesta maratona

A candidatura de Kristalian Georgieva elevou a dez o número de candidatos na corrida a secretário-geral das Nações Unidos, uma lista que tem como favorito o português António Guterres.

Kristalina Georgieva

A comissária europeia, de origem búlgara, foi a candidata surpresa, que surgiu já o processo estava em curso. Muitos dizem que corresponde ao desejo de uma parte da comunidade internacional de, desta vez, as Nações Unidas serem lideradas por uma mulher. Atual vice-presidente da Comissão Europeia e antiga Comissária dos Assuntos Humanitários de Durão Barroso, Georgieva é vista como a adversária mais temível de António Guterres, já que, para além de ter o apoio explícito da Alemanha, é provável que tenha também o de algum, ou alguns, membros do Conselho de Segurança com direito de veto. O seu aparecimento gerou indignação junto de várias organizações da sociedade civil, por pôr em causa a transparência e abertura do processo de eleição do próximo secretário-geral.

Vuk Jeremić

Segundo classificado nas cinco rondas entre os candidatos já realizadas, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da Sérvia (2007-2012) é elogiado pelas suas capacidades diplomáticas. Preside atualmente ao Centro para as Relações Internacionais e o Desenvolvimento Sustentável (tema a que esteve ligado também por via das negociações da Agenda 2030), grupo de reflexão com sede em Belgrado. Foi eleito por voto direto (uma estreia desde a Guerra Fria) para presidir à 67.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Danilo Türk

Ex-Presidente da Eslovénia (2007-2012). Com extensa carreira nos direitos humanos, empenhou-se na reforma do sistema das Nações Unidas, onde integrou vários organismos, foi assistente do ex-secretário-geral Kofi Annan para os Assuntos Políticos e esteve na criação do Conselho de Direitos Humanos. Atualmente, é membro do Clube de Madrid e presidente do Painel de Alto Nível sobre Água e Paz.

Miroslav Lajčák

Ministro dos Negócios Estrangeiros e Assuntos Europeus da Eslováquia, é diplomata de carreira e teve um papel ativo na mediação das crises pós-conflito nos Balcãs.

Srgjan Kerim

Economista, professor universitário, diplomata e empresário, foi chefe da diplomacia e embaixador da Macedónia, bem como presidente da 62.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (é membro do Conselho de Presidentes deste órgão).

Natalia Gherman

Atual vice-primeira-ministra e ministra dos Negócios Estrangeiros da Moldávia, é diplomata de carreira. Ex-deputada, coordena, desde 2009, a implementação de uma série de projetos com assistência das Nações Unidas na Moldávia.

Irina Bokova

É a primeira candidata apresentada pela Bulgária, que entretanto a substituiu por Kristalina Georgieva. Face à decisão, a atual diretora-geral da UNESCO (agência das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) manteve a sua candidatura. “Grata a todos os que me apoiam e completamente comprometida em continuar a corrida para próxima secretária-geral", anunciou, na rede social Twitter.

Helen Clark

Ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, com extensa carreira política (foi também deputada), foi eleita administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em 2009, primeira mulher nesse cargo, em que se mantém. Preside também ao Grupo das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Susana Malcorra

Atual ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina, foi chefe de gabinete do atual secretário-geral das Nações Unidas, cargo que ocupou em 2012 e até ser eleita governante, em 2015.

Os que já não estão na corrida: 3 dos 13 candidatos originais já desistiram da corrida, nomeadamente, a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros croata Vesna Pusić; o antigo primeiro-ministro e atual titular dos Negócios Estrangeiros do Montenegro, Igor Lukšić; e a costa-riquenha Christiana Figueres, da agência ambiental da ONU.