Segundo o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), o custo do plano, que reúne pedidos de financiamento para cobrir todos os tipos de projetos no terreno até 2023, ascende a 3,23 mil milhões de dólares, mas até agora apenas foram recebidos 744 milhões de dólares.
Os cortes nas rações alimentares são já “inevitáveis” se não houver uma reviravolta, alertou.
No início do ano, esta ajuda beneficiava 13 milhões de pessoas, mas, após dois cortes, a ONU receia um terceiro que deixaria apenas três milhões de pessoas abrangidas.
Além disso, a organização teme ainda cortes na ajuda aos agregados familiares – que deixaria de chegar a nove e passaria a cinco milhões de pessoas – enquanto a viabilidade de 173 clínicas móveis, fundamentais para prestar cuidados de saúde e nutrição a mais de 70.000 crianças com menos de cinco anos, está em risco.
O alerta surge na altura do segundo aniversário do regresso dos talibãs ao poder. Na terça-feira, 15 de agosto, o atual regime celebra o seu segundo aniversário, o que levou a comunidade internacional a cortar a ajuda ao país.
No entanto, as necessidades continuam a aumentar, como demonstram a seca incessante e as fortes chuvas de julho, que, além de causarem 40 mortes, provocaram danos avultados a uma população repetidamente forçada a perder os seus meios de subsistência e mesmo a abandonar as suas casas – há cerca de 6,6 milhões de deslocados internos em todo o país.
O OCHA alerta para o facto de ser “urgente” angariar mais fundos para os próximos meses, de forma a entregar mantimentos antes da descida das temperaturas e da chegada das primeiras neves, que normalmente deixam partes do Afeganistão completamente isoladas.
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