De acordo com as Nações Unidas, as forças leais à Junta Militar do Myanmar (antiga Birmânia) respondem frequentemente às ofensivas com ataques “indiscriminados e desproporcionados”.
Cerca de 70 pessoas foram mortas e mais de 90 ficaram feridas nos combates que, desde 27 de outubro, deixaram mais de 200 mil pessoas deslocadas, segundo a estimativa das Nações Unidas.
O porta-voz do Alto Comissariado da ONU, Jeremy Laurence, afirmou hoje que a organização está “particularmente preocupada” com o recomeço dos combates entre as forças da Junta Militar e os rebeldes do Exército Arakan no Estado de Rajine, uma vez que pôs fim a um cessar-fogo e representa “graves riscos” para os grupos étnicos da região, incluindo os cidadãos muçulmanos de origem rohingya.
Em resposta aos relatos de que centenas de soldados tinham deposto as armas, Laurence instou os rebeldes a garantirem um “tratamento humano” aos prisioneiros e recordou que “as represálias são absolutamente proibidas”.
“Os soldados não são responsáveis pelos crimes e violações dos direitos humanos que o Exército possa ter cometido”, afirmou num comunicado.
A ONU também exortou as forças pró governamentais a “tornar claro” às tropas que é imperativo respeitar o direito internacional, num apelo para que evitem ofensivas indiscriminadas com “impacto grave” na população civil.
O apelo da ONU estende-se também à comunidade internacional, em particular aos países com influência no país, para que intervenham no sentido de protegerem os civis e “renovem a pressão” para uma transição para um regime civil.
A Birmânia é governada por uma Junta Militar desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021.
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