O apelo acontece depois da rede social Facebook ter anunciado esta segunda-feira que bloqueou a conta do chefe das Forças Armadas de Myanmar (antiga Birmânia), Min Aung Hlaing, e de outras pessoas ou entidades para evitar discursos de ódio e notícias falsas.
"Nas primeiras reuniões que tivemos com Facebook, não pensava que levariam [este tema] a sério. Felizmente, parece que agora acordaram", declarou o comissário Ra'ad Zeid al-Hussein aos jornalistas em Genebra.
"[No entanto], devem ser prudentes, [pois] se as pessoas acusadas pelos piores crimes forem julgadas, o Facebook pode vir a incitado a comparecer perante um tribunal por cumplicidade", indicou.
O comissário jordano, cujo mandato termina no final de agosto e será substituído pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, pediu ao Facebook que "não espere uma crise" para agir e "reflita de forma pró-ativa sobre as medidas a tomar [...] enquanto mantém espaço para a liberdade de expressão".
A missão condenou o Governo da premiada Nobel da Paz Aung San Suu Kyi por não fazer o suficiente para acabar com a violência e recomendou a criação de um tribunal internacional para investigar e processar os alegados autores das Forças Armadas.
A apresentação do relatório ocorre após um ano dos ataques dos rebeldes contra vários postos de segurança em Rakhine e a resposta desproporcional do exército birmanês que desencadeou o êxodo de 700 mil membros da minoria muçulmana rohingya para o vizinho Bangladesh.
Myanmar não reconhece os rohingyas como parte da sua população, tratando-os em geral como migrantes do Bangladesh e impondo-lhes numerosas restrições, nomeadamente a liberdade de movimento.
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