Na sua primeira grande entrevista à Lusa e RTP, desde que chegou a Bissau há três semanas, Viegas Filho disse sentir “uma conjuntura favorável” em relação à Guiné-Bissau, o que o levou a afirmar que a comunidade internacional está disposta a aumentar os apoios financeiros caso estes se justifiquem, a questão será, contudo, a manutenção da data de 18 de novembro para o escrutínio.
“Quando ganharmos suficiente demonstração de firmeza por parte dos partidos políticos, por parte das instituições deste país, o dinheiro certamente chegará para que nós tenhamos as eleições realizadas”, defendeu o representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau.
José Viegas Filho observou que “o problema do momento” são os equipamentos de registo de eleitores para os quais, disse, já existem contribuições da ONU, de países e de instituições internacionais. O diplomata afirmou ter confiança de que se for necessário os apoios serão aumentados nesse sentido.
O representante de António Guterres na Guiné-Bissau sublinhou igualmente ser “urgente encaminhar” o processo eleitoral e ainda uma demonstração de determinação das autoridades guineenses, da própria ONU e da comunidade internacional na vontade de realização de eleições legislativas na data prevista.
Com as eleições realizadas em novembro e com a estabilidade política recuperada, Viegas Filho acredita que estarão criadas todas as condições para que a Guiné-Bissau volte a receber, da comunidade internacional, uma nova ajuda financeira, “talvez tão intensa” como aquela anunciada, mas ainda não disponibilizada, no âmbito do programa Terra Ranka, disse.
Numa mesa redonda em março de 2015, realizada na Bélgica, a comunidade internacional prometeu 1,5 mil milhões dólares para financiar o programa de desenvolvimento da Guiné-Bissau, Terra Ranka.
Viegas Filho avisou que as esperanças atuais em relação às eleições legislativas, previstas para 18 de novembro, não podem ser defraudadas.
“Se estas esperanças não se confirmarem, em novembro, será extremamente difícil para mim provocar um apoio da comunidade internacional em favor deste país”, disse o diplomata da ONU.
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