Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que é um excelente sinal que os “líderes estejam a evitar novos confrontos” e insistiu na importância de fazerem “tudo o que é possível para contornar novas escaladas” de tensão no Médio Oriente.
Durante uma conferência de imprensa, Dujarric disse que Guterres já esteve em contacto com o Presidente iraquiano, Barham Salih, a quem transmitiu “a solidariedade da ONU”, que continuará a apoiar o povo iraquiano.
Na nota lida pelo porta-voz, o secretário-geral das Nações Unidas pediu ainda respeito pela soberania e unidade do Iraque e enfatizou que “é importante” que este país “não pague o preço de rivalidades estrangeiras”.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje, numa comunicação ao país, que Washington ainda está a estudar retaliações pelo ataque iraniano desta madrugada contra instalações norte-americanas no Iraque, mas que quer a paz.
Donald Trump disse que não houve vitimas dos ataques e que os EUA vão intensificar sanções económicas contra o Irão, mas não referiu nova retaliação militar, depois de anteriormente ter feito ameaças de que haveria fortes represálias se algum interesse norte-americano fosse atacado pelo regime de Teerão.
Trump parece, assim, ter respondido ao apelo que o secretário-geral da ONU e outros líderes mundiais fizeram nos últimos dias, para travar uma escalada de violência no Médio Oriente.
“Na segunda-feira, o secretário-geral fez um apelo ardente pela paz. A sua mensagem aos líderes do mundo era simples: ‘Parem a escalada. Exercitem a máxima contenção. Restabeleçam o diálogo. Renovem a cooperação internacional'”, lembro hoje Dujarric.
Numa uma breve declaração, Dujarric explicou que Guterres continuará os seus contactos “ativos” com atores relevantes da política mundial, para tentar reduzir a tensão.
“É nosso dever comum fazer todos os esforços para evitar uma guerra no Golfo”, disse Guterres, na nota lida pelo seu porta-voz, onde também pede aos líderes mundiais para que não esqueçam “o terrível sofrimento humano que a guerra causa”.
“Como sempre, as pessoas comuns pagam o preço mais alto”, conclui a nota do porta-voz da ONU.
Mais de uma dúzia de mísseis iranianos foram lançados na quarta-feira de madrugada contra duas bases iraquianas, em Ain al-Assad e Arbil, que albergam tropas norte-americanas.
Esta ação foi assumida pelos Guardas da Revolução iranianos como uma “operação de vingança” da morte do general Qassem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds, que morreu na sexta-feira num ataque aéreo em Bagdad, capital do Iraque, ordenado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.
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