As missões na cidade de Wad Madani, que tem servido de centro para as operações humanitárias desde o início dos combates em abril deste ano entre o exército regular e o grupo paramilitar, bem como noutras partes do Estado, estão suspensas “até nova ordem”, declarou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla em inglês), num comunicado.

“As lojas e os mercados foram encerrados em Wad Madani”, a capital do estado de Al Jazira, refere o comunicado, acrescentando que a ponte de Hantub também está fechada “devido às medidas de segurança do exército”.

O exército sudanês intercetou hoje um ataque do grupo paramilitar em Wad Madani, considerada uma “zona segura” e área de refúgio para cerca de 1,5 milhões de pessoas deslocadas que fugiram da guerra que dura faz hoje oito meses.

As RSF divulgaram um comunicado na sua página oficial da rede social X (antigo Twitter), assegurando aos cidadãos de Wad Madani que os seus ataques eram dirigidos contra o exército e não contra civis.

O conflito armado no Sudão eclodiu em 15 de abril devido às tensões sobre a reforma do exército e a integração dos paramilitares nas forças regulares, no âmbito de um processo político destinado a repor o país numa via democrática após o golpe de Estado de 2021.

A guerra já causou a morte de cerca de 12 mil pessoas, mais de 6 milhões de refugiados e deslocados, bem como uma catástrofe humanitária no país.