"A principal razão para esta revisão do crescimento da procura e, portanto, da procura de petróleo da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo), é o surto do coronavírus e do esperado impacto na procura de petróleo da China, e, por extensão, do mundo", sublinha o grupo na análise do mercado, hoje divulgada em Viena.
O novo cálculo põe o consumo mundial de petróleo durante este ano em 100,73 milhões de barris por dia, menos 230.000 barris por dia do que a estimativa feita em janeiro, antes do início do surto, que já provocou mais de 1.000 mortos.
"Prevê-se que o crescimento da procura de petróleo na China desacelere em relação ao passado, refletindo uma menor atividade económica", afirma o relatório, sublinhando que na revisão pesam especialmente as mudanças do consumo de combustível para transporte, especialmente o aéreo.
A OPEP sublinha que o momento do aparecimento do surto, quando milhões de chineses viajam para visitar as suas famílias devido às festividades do Ano Novo lunar "exacerbou o impacto na procura do combustível de transporte".
A OPEP sublinha que a procura da China, um dos principais consumidores de petróleo do planeta, será na primeira metade do ano inferior em 200.000 barris por dia do que o esperado até agora.
"O impacto do surto do coronavírus na economia da China adicionou incerteza em relação ao crescimento económico mundial em 2020 e por extensão do crescimento da procura de petróleo", sublinha a OPEP, que defende que será necessário continuar a acompanhar o desenvolvimento da situação para perceber as implicações no mercado petrolífero este ano.
O comité técnico da OPEP e dos seus aliados (OPEP+), presidido pela Arábia Saudita e Rússia, recomendou já na segunda-feira cortes adicionais à produção durante o segundo trimestre do ano para fazer frente à queda da procura de petrolífera devido ao surto do coronavírus.
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