Falando aos jornalistas em Lisboa, à margem da condecoração da judoca Telma Monteiro com a medalha de Honra ao Mérito Desportivo, o primeiro-ministro foi questionado se queria responder às acusações do antigo primeiro-ministro e ex-líder socialista José Sócrates, que em resposta ao dirigente socialista Fernando Medina acusou o seu “mandante” na liderança do PS de “profunda canalhice”.
Com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa a seu lado, António Costa não quis responder a Sócrates, tendo dito apenas: “Hoje estamos a falar da Telma Monteiro, que é o que conta, são os bons exemplos que devemos ter presentes, que devemos seguir e que nos devem guiar”.
“Foi a Telma Monteiro que me trouxe aqui, foi o judo português que me trouxe aqui, e é sobre o judo português e a Telma Monteiro que eu quero falar”, acrescentou.
Na quarta-feira, em entrevista à TVI, o antigo primeiro-ministro José Sócrates atribuiu as críticas que lhe foram feitas pelo dirigente socialista Fernando Medina ao seu “mandante” na liderança do PS, que acusou de “profunda canalhice” e de “ajustar contas com a sua covardia moral”.
José Sócrates fez estas acusações em entrevista à TVI, sem nunca mencionar o nome do secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, quando confrontado com declarações do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, na segunda-feira, no seu espaço de comentário também na TVI.
No dia anterior, Fernando Medina considerou que o facto de José Sócrates ter sido pronunciado por crimes de branqueamento de capitais e de falsificação de documentos pelo Tribunal Central de Instrução Criminal é inaceitável do ponto de vista ético e corrói a vida democrática.
O primeiro-ministro tem recusado comentar o desenvolvimento do processo judicial Operação Marquês. No dia em que foi conhecida a decisão instrutória, na semana passada, António Costa disse apenas que já respondeu há seis anos e que agora nada tinha a acrescentar.
José Sócrates, inicialmente acusado de 31 ilícitos, vai a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos, os mesmos pelos quais Carlos Santos Silva está pronunciado.
Dos 28 arguidos do processo, foram pronunciados apenas cinco, tendo sido ilibados, entre outros, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o empresário Helder Bataglia e o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca.
Comentários