"Enquanto o regime convida grupos de ‘narcoterroristas' para Miraflores (palácio presidencial) e os protege, bloqueia a entrada a um democrata, de um Presidente eleito", disse o líder opositor e presidente do parlamento venezuelano, Juan Guaidó.
Segundo aquele dirigente da oposição, a decisão tomada hoje pelo regime de impedir a entrada e expulsar do país o Presidente eleito da Guatemala "é uma nova amostra de desacerto do regime" que deixa "claro que o regime está sozinho e isolado".
Durante uma conferência de imprensa em Caracas, Juan Guaidó, disse que tinha conseguido contactar pouco antes com Alejandro Giammattei e que esperava que este chegasse bem a Guatemala, sublinhando estar "preocupado pela sua integridade física".
"Senhor Alejandro Giammattei, nós, os venezuelanos, somos dente de trabalho, de bem (…) agradecemos o gesto que visa demonstrar que os venezuelanos não estão sozinhos nesta crise", acrescentou.
Guaidó explicou que o político guatemalteco pretendia visitar a Venezuela para falar da “emergência humanitária complexa" que afeta o país e que "é um Presidente que quer ajudar os venezuelanos".
Por outro lado, o deputado opositor Tomás Guanipa, condenou a "ação da ditadura" de "fechar as portas aos democratas do mundo" enquanto "abre as fronteiras para que grupos guerrilheiros e irregulares entrem".
O também opositor Freddy Guevara pediu aos venezuelanos "entendam muito bem o que significa que o Presidente da Guatemala tenha assumido a decisão corajosa de viajar para a Venezuela".
"É uma mensagem muito clara: os democratas do mundo estão a aumentar a pressão, cada dia, com ações cada vez mais audazes, valentes", escreveu na sua conta da rede social Twitter.
O Presidente eleito da Guatemala, Alejandro Giammattei, foi hoje impedido de entrar na Venezuela e expulso do país por funcionários do regime.
A situação foi denunciada pelo próprio, numa mensagem divulgada pelas redes sociais em que explica que foi proibido de entrar no país e escoltado até um avião, no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, o principal da Venezuela.
"Não nos deixaram entrar na Venezuela, escoltaram-nos até à porta e fizeram-me subir a um avião", disse em mensagem acompanhada por um vídeo divulgado no Twitter.
No mesmo vídeo, Alejandro Giammattei envia uma mensagem ao presidente do parlamento e líder opositor Juan Guaidó, reafirmando o seu apoio.
Entretanto foi divulgado um outro vídeo de Alejandro Giammattei onde afirma estar já no Panamá e agradece "a solidariedade de governos e povos amigos da América" que entraram em contacto com ele, e reitera o apoio a Juan Guaido, esperançado de que "as coisas possam resolver-se na Venezuela, para bem do continente americano".
A crise na Venezuela agravou-se desde janeiro último, quando o presidente do parlamento, Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente Interino do país, afastar o Presidente Nicolás Maduro, promover um governo de transição e realizar eleições livres, democráticas e transparentes no país.
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