“Toda a maquinação foi concebida a partir da cúpula do poder na Guiné Equatorial, ficando clara a capacidade manipuladora e a perversidade do regime”, indica o partido em comunicado, numa referência à detenção de Andrés Esono Ondo, no dia 11, quando este participava num encontro com aliados políticos do partido chadiano União Nacional para a Democracia e Ressurgimento, dirigido por Saleh Kebzbo.
O secretário-geral da CPDS é um dos poucos opositores que vivem no país e chegou a ser o único deputado da oposição eleito no congresso de deputados, totalmente controlado pelo partido da maioria, do Presidente, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.
A nota do partido opositor conta que, no dia 14, o chefe dos serviços de inteligência do Chade reuniu-se a sós com Ondo, "a quem pediu desculpas pela detenção e revelou que foi o Governo da Guiné Equatorial que enviou falsas acusações contra ele, nomeadamente sobre a compra de armas, munições e recrutamento de mercenários para cometer um golpe de Estado na Guiné Equatorial”.
A CPDS agradece às autoridades do Chade o respeito e a cortesia com que trataram o político, “o que marca uma diferença importante com as práticas usuais na Guiné Equatorial”.
O partido também agradeceu aos partidos políticos da Guiné Equatorial que se pronunciaram sobre o tema, às redes sociais, à Rádio Macuto, à Liga dos Direitos Humanos do Chade e às missões diplomáticas envolvidas neste trabalho, com destaque para a embaixada de Espanha em Malabo e para a delegação da União Europeia em Ndjamena.
A Guiné Equatorial é membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o Governo português viu com apreensão o episódio da detenção de Ondo, tendo apelado ao “esclarecimento cabal” da situação e reforçando a importância de ser observada a “legalidade”.
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