A rusga ocorre num momento em que Juan Guaidó se encontra no estrangeiro, desde domingo, dia em que viajou para a Colômbia para participar na III Cimeira Hemisférica de Luta contra o Terrorismo, partindo depois para o Reino Unido, onde se reuniu com o ministro dos Negócios Estrangeiros e o primeiro-ministro britânicos, Dominic Rennie Raab e Boris Johnson, respetivamente.

Segundo as deputadas opositoras Delsa Solórzano e Adriana Pichardo, a rusga começou pelas 16:00 locais (20:00 em Lisboa) na Torre Zurich em El Rosal (leste de Caracas), no local onde Juan Guaidó faz as suas conferências de imprensa, e prosseguia cerca de duas horas depois.

"Não há ninguém nos escritórios do presidente (do parlamento), Juan Guaidó. Qualquer procedimento está a ser feito sem autorização, sem testemunhas", disse Delsa Solórzano aos jornalistas.

Esta deputada alertou ainda que a rusga ocorre sem uma ordem emitida por um tribunal e que "é possível que [os funcionários do SEBIN] semeiem qualquer coisa".

A mulher de Juan Guaidó precisou, através da rede social Twitter, que na rusga participam "mais de 40 funcionários", do SEBIN e das FAES, "e de mais organismos da ditadura".

Já a deputada Adriana Pichardo declarou aos jornalistas que vários políticos opositores vão permanecer no local para ver que "o que pretendem tirar".

Segundo a imprensa venezuelana, o líder opositor Juan Guaidó, afirmou, desde Londres, que se trata de "mais um atropelo da ditadura" venezuelana.

"Isto é o que faz a ditadura. Dói-lhes o que estamos a fazer, mas saibam que os derrotaremos porque estão sozinhos", salientou, numa alusão ao Governo liderado pelo Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Em 23 de janeiro de 2019, o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, jurou assumir as funções de presidente interino do país, até conseguir afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres na Venezuela.

No passado dia 05, vários deputados do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) e das forças políticas que apoiam Nicolás Maduro impediram o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, e uma centena de opositores de entrarem no palácio Federal Legislativo.

Com o bloqueio, os deputados do chavismo tentaram impedir a realização das eleições em que Juan Guaidó seria reeleito presidente do parlamento e realizaram uma votação que a oposição alega ser fraudulenta e ter sido efetuada sem quórum na qual Luís Eduardo Parra Rivero foi "eleito" para substituir o líder opositor.

Durante o bloqueio, a maioria parlamentar opositora reelegeu Juan Guaidó como presidente do parlamento até finais de 2020.