“O debate na especialidade tem vindo a acentuar essa necessidade de oposição frontal do PSD. Se a proposta apresentada ao parlamento era uma proposta que não correspondia aos anseios da sociedade portuguesa (…) a especialidade tem vindo a demonstrar que o orçamento vem piorando dia após dia”, criticou Hugo Soares, no final de uma reunião do grupo parlamentar do PSD, antes de começar o último dia de debate na especialidade da proposta orçamental.
De acordo com o líder da bancada social-democrata, as 62 propostas apresentadas e votadas até ao momento pelo PSD foram todas rejeitadas, lamentando “esta forma autocrática, e de rolo compressor da maioria” PS, PCP e BE.
“Ninguém acredita que, nas 62 propostas, não houvesse uma que pudesse ter mérito de colher apoio das bancadas (…) Demonstra que o PS não precisa mesmo do PSD para governar nem precisa das soluções que o PSD apresenta”, defendeu.
“Esta maioria basta-se a si própria, para o bem e para o mal”, acrescentou.
A votação final global do OE 2018 realiza-se na segunda-feira à tarde.
Hugo Soares salientou que o PSD nunca teve esperança de que as propostas do PSD pudessem inverter o sentido do orçamento, mas defendeu que visavam mitigar os problemas que apontam no documento “do ponto de vista da justiça social, dos apoio diretos aos mais jovens e aos idosos, da resposta aos incêndios, de aposta num crescimento sustentável, de uma sociedade mais justa e mais liberta de privilégios”.
“Os últimos dias demonstraram um ataque sem precedentes à liberdade de escolha”, criticou Hugo Soares, referindo-se em particular à proposta do PCP aprovada na quinta-feira e que determina o fim do pagamento em duodécimos dos subsídios de Natal e de férias.
Para o líder parlamentar, o Orçamento do Estado que vai ser aprovado na segunda-feira “não traz futuro, não traz nenhuma reforma estrutural, é injusto do ponto de vista social porque continua a agravar impostos indiretos, é errático do ponto de vista das opções políticas”.
Questionado sobre o facto de PSD, que não viu propostas suas aprovadas, ter aprovado algumas do PCP e do BE – até com o voto contra do PS -, Hugo Soares justificou que o PSD “não olha a quem apresenta as propostas”.
“Se olhássemos, tínhamos uma visão idêntica à desta maioria, por isso temos aprovado algumas propostas que entendemos que têm condições para melhorar as condições de vida dos portugueses”, apontou.
Hugo Soares defendeu que a lógica que deve presidir a um debate na especialidade é “a maioria e o Governo terem abertura para as propostas que melhoram o Orçamento”.
“Nas 62 proposta do PSD não há uma, ‘umazinha’ que tenha mérito para ser aprovada? É uma atitude em que não nos revemos e que não creio que seja uma atitude para a nossa sociedade”, lamentou.
[Artigo atualizado às 11:31]
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