"Continuamos a ter más condições de trabalho, condições que em alguns casos são indignas por exemplo na urgência. Há falta privacidade e de dignidade para dar às pessoas. Em alguns serviços não é possível colocar uma maca para deitar os pacientes", disse Miguel Guimarães.
Em causa está um centro hospitalar que sem conselho de administração, estando o diretor clínico, José Pedro Moreira da Silva, a liderar o hospital provisoriamente.
O anterior presidente do conselho de administração, António Dias Alves, saiu a 01 de abril, isto depois de no ano passado 52 diretores clínicos terem anunciado a demissão.
O bastonário da OM lembrou que "este é um hospital que não se pode dizer que o Ministério da Saúde não conhece", lembrando que realizou uma visita às instalações há cerca de um ano e "nada foi feito".
"Esta situação é grave e que tem de tomar outro rumo", disse Miguel Guimarães, que, como aspetos positivos, destacou os "excelentes profissionais, a formação de excelência", bem como "a existência de serviços de referência nacional e internacional.
O líder da OE apontou que os responsáveis dos vários serviços também lhe transmitiram "a dificuldade em manter os blocos operatórios a funcionar por falta de pessoas e condições", isto após uma reunião e visita que demorou mais de três horas.
Ao longo da visita, acompanhado pela comunicação social, Miguel Guimarães ouviu as queixas e desabafos dos vários profissionais, tendo ficado a saber, por exemplo que em urologia há uma casa de banho para 36 doentes ou que ao local onde se fazem laringoscopias não chegam macas por causa das portas exíguas.
Nos serviços de oftalmologia e otorrino, os gabinetes pequenos, antiquados e com pouca iluminação mereceram reparos e sobre o serviço de cirurgia plástica e neurocirurgia foi revelado que sete camas estão fechadas por falta de assistentes operacionais e pessoal de enfermagem.
O CHVNG/E é centro de referência na oncologia adultos (cancro do reto), mas hoje os responsáveis do serviço aproveitaram para manifestar "preocupação" ao bastonário da OE pela eventualidade de perder a acreditação "não por falta de organização ou qualidade, mas devido às más condições infraestruturais", disseram.
A falta de ar condicionado no edifício satélite que tem muita exposição solar foi outra das reclamações, juntando-se a reivindicação de contratação de "pelo menos mais 10 internistas para colmatar necessidades na área cirúrgica".
A visita ao CHVNG/E foi a primeira de uma lista de visitas marcadas para as próximas duas semanas pela OE, sendo que de tarde será visitado o Hospital Conde Ferreira.
Miguel Guimarães anunciou que pretende enviar um relatório à ministra da Saúde, Marta Temido.
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