A organização pede “maior proteção das pessoas envolvidas no trabalho sexual na Beira e noutros lugares da África Austral, bem como a mobilização de autoridades, sociedade civil e organizações não-governamentais da região para defender a sua saúde e bem-estar”, lê-se em comunicado.

As equipas da MSF “têm testemunhado a vulnerabilidade intensa e crónica de mulheres, homens e pessoas trans envolvidas no trabalho sexual” em países como Moçambique, África do Sul, Maláui e Zimbábue.

“Enquanto o trabalho sexual continuar criminalizado e estigmatizado, centenas de milhares de profissionais do sexo e meninas e mulheres vulneráveis na África Austral continuam em grande risco”, alerta a organização.

Uma série de assassinatos fez pelo menos 13 mortes nas três últimas semanas de outubro em bairros periféricos da cidade da Beira.

Duas mulheres que faziam parte de um programa de apoio da MSF estão entre as vítimas.

Uma mulher tinha 32 anos, natural do Zimbabué e deixa uma filha de 4 anos, enquanto outra, moçambicana, de 22 anos, deixa três filhas e um filho, de acordo com a MSF.

Jorge Massingue, diretor provincial do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) em Sofala, disse à Lusa no início do mês que os crimes estavam a ser investigados.

“Nós não sabemos muito bem” o que se passa, mas são “ajustes de contas” cujas vítimas são, na maioria, prostitutas, descreveu.

Massingue sublinhou que já havia seis detidos, alguns dos quais intercetados com pertences das vítimas, mas as investigações ainda decorriam.