"Esperamos que [as temperaturas] voltem ao normal na Europa, incluindo em Espanha e Portugal", disse hoje a porta-voz da Organização, Claire Nullis, falando aos jornalistas, em Genebra. O responsável realçou que "o que é mais impressionante com este furacão não é só o vento e a sua localização, mas também tudo o que o acompanha".
É que, com os ventos "excecionalmente fortes, registaram-se temperaturas altas em muitas partes da Europa, como consequência do Ophelia", explicou Claire Nullis.
A Organização Meteorológica Mundial recordou que se confirmou que os ventos fortes e as altas temperaturas associadas a este fenómeno contribuíram para a multiplicação dos incêndios florestais no Norte de Portugal e de Espanha.
Em Portugal, registaram-se, no fim de semana, temperaturas muito elevadas em alguns pontos do país, acima de 30 graus Celsius, tendo domingo sido o pior dia de fogos do ano, com centenas de incêndios no Norte e Centro do país e, pelo menos 37 mortos, além de 71 feridos, 55 dos quais ligeiros e 16 graves.
Aquela foi a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
Também em Espanha, as temperaturas foram elevadas, atingindo 36 graus, mais 13 que a média habitual, enquanto na Holanda se registaram 25 graus, um recorde para esta época do ano, como aconteceu igualmente em vários locais de França.
O furacão Ophelia que, quando chegou à Europa tinha a classificação de tempestade, atinge hoje locais da Inglaterra, principalmente Escócia, onde foi declarado risco de inundações e parte do serviço de transporte está interrompido, depois de, na Irlanda ter causado, na segunda-feira, três mortos e muitos estragos.
As rajadas de vento ultrapassaram 150 quilómetros por hora, em vários locais.
Na segunda-feira, o Ophelia também provocou um fenómeno estranho no céu em várias cidades europeias, tendo ficado com fortes tonalidades amarelas e laranja.
Este fenómeno deveu-se à combinação das cinzas dos incêndios e da areia do deserto do Sahara, que este ano chegou mais a Norte que nunca.
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