“Quanto à origem do vírus em Wuhan, ouvimos muitos cientistas que o estudaram e temos a certeza de que é de origem natural”, afirmou o diretor dos programas de emergência da OMS, Michael Ryan, numa videoconferência de imprensa, acrescentando: “O importante é que determinemos o hospedeiro natural deste vírus”.
A tomada de posição da OMS surgiu na sequência da teoria levantada pelo presidente dos Estados Unidos da América (EUA), que ligou a origem do SARS-CoV-2 a um laboratório em Wuhan, na China, cidade onde o vírus foi detetado pela primeira vez em dezembro de 2019. Donald Trump acusou mesmo a OMS de agir nesta questão como “uma agência de relações públicas” de Pequim.
Contudo, a organização sediada em Genebra (Suíça) apelou à China para que a envolva nas investigações sobre a origem do novo coronavírus e explicou que o principal objetivo passa por “compreender plenamente o vírus”, nomeadamente “a transmissão entre animais e seres humanos e como foi ultrapassada a barreira entre a espécie animal e a humana”.
Já o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, refutou as críticas de uma suposta inação da OMS perante o aparecimento desta crise sanitária e assegurou que a entidade que lidera “não perdeu tempo” a reagir ao novo coronavírus, recordando uma viagem a Pequim em 28 de janeiro para se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping.
“A lucidez em retrospetiva, obviamente, é fácil. É muito mais difícil saber o que vai acontecer e antecipar. Esta emergência sanitária global, declarada em 30 de janeiro, foi declarada atempadamente”, frisou.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 233 mil mortos e infetou mais de 3,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Cerca de 987 mil doentes foram considerados curados.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (63.019) e mais casos de infeção confirmados (mais de um milhão). Seguem-se Itália (28.236 mortos, mais de 207 mil casos), Reino Unido (27.510 mortos, mais de 177 mil casos), Espanha (24.824 mortos, mais de 215 mil casos) e França (24.594 mortos, mais de 167 mil casos).
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
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