O suposto envenenamento na cidade inglesa de Salisbury do ex-espião russo Sergei Skripal, que continua hospitalizado em estado grave, traz à memória os vários exilados russos mortos no Reino Unido nos últimos anos.

Do também ex-espião Alexander Litvinenko, aos oligarcas Boris Berezovski e Alexander Perepilitchny, estes foram os casos mais mediáticos:

Alexander Litvinenko, crítico do presidente Vladimir Putin, ex-agente do FSB (serviços secretos russos), morreu a 23 de novembro de 2006 após três semanas de agonia depois de ter sido envenenando com polónio-210, uma substância altamente radioativa.

A investigação britânica concluiu, dez anos depois, que o envenenamento foi levado a cabo pelo Estado russo, e executado pelos russos Andrei Lugovoi e Dimitri Kovtun, que teriam introduzido a substância venenosa num chá durante um encontro num hotel de Londres. No entanto, a Rússia nega qualquer responsabilidade.

O georgiano Badri Patarkatsishvili morreu de forma reprentina em 2008, aos 52 anos, em sua casa, no sul de Londres. Primeiro aliado, depois inimigo de Putin, acredita-se que a sua morte possa estar relacionada com as lutas de poder na sua Geórgia natal. Embora primeiramente a sua morte tenha sido atribuída a "causas inexplicáveis", mais tarde falou-se na possibilidade de uma patologia cardíaca.

O líder moderado checheno Akhmed Zaraev, refugiado em Londres, escapou em abril de 2012 de um plano para assassiná-lo, frustrado pelo serviço secreto britânico (MI5).

O milionário russo Alexander Perepilitchny, de 44 anos, foi encontrado morto em novembro de 2012 na sua propriedade em Surrey, perto de Londres. Primeiro, polícia apontou para uma morte devido a causas naturais, mas testes posteriores reclamados pela companhia de seguros da vítima revelaram a presença de uma molécula relacionada à gelsemia, uma planta venenosa, no corpo da vítima.

De acordo com a imprensa britânica, este empresário foi uma testemunha-chave no caso Magnitski, o advogado do fundo de investimento Hermitage Capital que morreu em 2009 numa prisão de Moscovo, depois de denunciar uma maquinação do poder russo.

O antigo oligarca russo Boris Berezovski, um crítico feroz do Kremlin quando foi para o exílio, foi encontrado enforcado em março de 2013 na sua residência perto de Londres. Considerada "inexplicável" pela polícia britânica, a sua morte levantou várias dúvidas, embora o seu empregado tenha admitido que ele estava deprimido nos últimos dias.