Cristina Ferreira, apresentadora do reality show Big Brother Famosos, transmitido pela TVI, confrontou este domingo, na gala semanal, o concorrente Bruno de Carvalho com a acusação de violência doméstica apresentada pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género junto do Ministério Público.

Com poucas palavras e em lágrimas, começou por dizer que percebeu agora porque não recebeu uma mensagem das filhas nos anos. "Há sempre uma coisa tão imbecil em torno das coisas que dizem mim", afirmou, ironizando logo de seguida: "é óbvio que eu iria exercer violência doméstica e psicológica em frente a milhões".

"Os meus crimes são sempre crimes de imbecilidade", sublinhou, afirmando que "há olhos com muita maldade".

"O que estamos a viver aqui é uma relação dentro de um jogo, mas que é real. E também é uma parceria para chegarmos à final", defendeu o concorrente depois de ter assistido um vídeo de resumo da semana, pouco editado, depois das críticas de Bruno às últimas compilações.

"Eu nunca impedi a Liliana de falar", frisou.

Contactos úteis em caso de situações de violência:

Linha de apoio à vítima (APAV)
116 006 | Chamada gratuita | Dias úteis 9h-21h

Rede CARE — Apoio a crianças e jovens vítimas de violência sexual
21 358 79 00

Associação de Mulheres Contra a Violência (AMCV)
21 380 21 65 | Linha de emergência

União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR)
808 202 148

Apoio urgente
112 | Chamada gratuita

"Há sempre olhos com muita maldade que quando me veem feliz têm esta vontade inabalável de fazer alguma coisa. E eu fui avisando, dentro das minhas possibilidades”, acrescentou.

Bruno de Carvalho foi informado da queixa apresentada pelo próprio advogado, uma cláusula prevista no contrato assinado com a produção do programa, revelou Cristina Ferreira.

Logo após as declarações do antigo presidente do Sporting, Liliana foi chamada ao confessionário e confessou-se "surpreendida" com a queixa apresentada contra Bruno de Carvalho, sublinhando que "só quem está cá dentro é que sabe o que vive aqui".

A concorrente reiterou que "nunca" se sentiu dominada ou subjugada, quando questionada pela apresentadora das acusações.

"Eu costumo dizer que o Bruno é uma pessoa muito intensa [...] e também acho que é muito fácil pegar no Bruno de Carvalho e colocá-lo nesta situação", disse, definindo a 'intensidade' do companheiro como alguém que “tem os seus queres bem definidos, o que quer para a sua vida”. “Mas se sentir que não quero o que ele quer, eu digo-o.”

“Estamos num jogo. E há muita coisa que o Bruno quer que eu entenda que eu não entendo, sobre o jogo”, acrescentou, sublinhando que não considera estar numa relação abusiva. “Claro que há coisas que me irritam nele, mas não caracterizo como um homem agressivo, que me queira manipular.”

Quando questionada sobre os relatos de outros concorrentes que afirmaram que Liliana se inibe de dar a sua opinião, a própria respondeu: “Como eu sou tão calada, as pessoas pegam nessa fragilidade. Lá fora, as pessoas estão a tirar as suas conclusões, que não deviam concluir. São meras opiniões para mim.”

A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) anunciou hoje que apresentou uma denúncia ao Ministério Público pelo “comportamento ameaçador” de Bruno de Carvalho para com uma outra concorrente do programa Big Brother, Liliana.

Segundo a CIG, entidade que está integrada na Presidência do Conselho de Ministros, o comportamento do concorrente Bruno de Carvalho é “suscetível de configurar a prática de crime público de violência doméstica, na forma psicológica e física”.

Em comunicado, a comissão adiantou que teve conhecimento de vídeos divulgados nas redes sociais que são retirados do programa televisivo Big Brother, em exibição pela TVI, “onde se pode assistir ao comportamento ameaçador do concorrente Bruno de Carvalho para com a sua namorada, a concorrente Liliana, chegando inclusive a agarrar o seu pescoço de forma indelicada e evidentemente desconfortável”.

“No cumprimento das suas competências, a CIG notificou a TVI no sentido de que esta estação televisiva tome de imediato as necessárias diligencias no sentido de pôr termo a esta situação, suscetível de configurar a prática de crime público de violência doméstica, na forma psicológica e física”, adiantou ainda a comissão, que “apresentou já uma denúncia junto do Ministério Público sobre os factos acima relatados”.

A queixa apresentada pela comissão é o culminar de uma semana de várias críticas nas redes sociais em relação à relação de Bruno e Liliana que tem sido classificada como abusiva. Este sábado a psicóloga sexóloga Tânia Graça compilou e analisou alguns desses momentos onde identificou traços de uma declaração abusiva: "invasão de privacidade, controlo, ciúmes obsessivos, ameaças"; a "culpabilização da vítima pela suas emoções e desresponsabilização pela gestão das mesmas"; a "coação para o envolvimento físico"; o "isolamento da vítima com frases como 'os outros não prestam', 'sou o único em quem podes confiar', afastando todas as pessoas do seu círculo"; "agressão e intimidação física e psicológica".

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