O Hamas anunciou que, em breve, vai eleger um novo líder político após a morte de Ismail Haniyeh na passada quarta-feira, no Teerão, num ataque atribuído a Israel. Apesar do aparecimento de perfis considerados moderados, os membros do Hamas continuam a defender que a luta pela existência de um Estado palestiniano deve ser feita, inclusive, através da força das armas.
Nos últimos dias, alguns nomes têm sido apontados como possíveis sucessores do antigo líder, entre os quais se destacam cinco.
Khalil al Haya
Khalil al Haya é o subchefe do gabinete político regional do Hamas em Gaza, considerado próximo a Yahya Sinwar, o líder do Hamas em Gaza, que é acusado por Israel de ser um “dos cérebros” do ataque de 7 de outubro.
Em 2006, Al Haya liderava o bloco parlamentar do Hamas, o vencedor das eleições legislativas que logo provocou os primeiros confrontos armados com o movimento Fatah, do presidente palestiniano Mahmoud Abbas.
Fervoroso partidário do confronto armado, Al Hays perdeu vários membros da sua família em operações militares israelitas, especialmente, em 2007, em sua casa no norte da Faixa de Gaza.
Musa Abu Marzuk
Musa Abu Marzuk é responsável pelo escritório político do Hamas e é considerado semelhante a Haniyeh no pragmatismo das negociações.
É favorável a um "cessar-fogo de longa duração" com Israel e a aceitar as fronteiras palestinianas traçadas após a guerra israelo-árabe de 1967.
Nos anos 1990 morou nos Estados Unidos da América, onde foi preso por angariar fundos para as forças armadas do Hamas. Posteriormente, Abu Marduk viveu exilado na Jordânia, no Egito e no Qatar.
Zaher Jabarin
Zaher Jabarin é responsável pelas finanças do Hamas e era um membro próximo de Haniyeh. Depois de passar algum tempo em prisões israelitas, foi libertado, em 2011, em troca de Gilad Shalit, um soldado israelita que foi mantido refém durante cinco anos.
Perto da Turquia, onde viveu, Jabarin recrutou várias pessoas para atividades de lavagem de dinheiro em grande escala. Duas dessas pessoas foram presas, em 2018, em Israel.
O agora possível líder do Hamas também participou em operações militares do Hamas, que deixaram vários mortos.
Khaled Mechal
Antecessor de Haniyeh, vive exilado desde 1967 e já passou pela Jordânia, pelo Qatar, pela Síria e por outros países. Após Israel eliminar o fundador do Hamas, Ahmed Yasine, e o seu sucessor nos territórios palestinianos, Abdelaziz al Rantisi, Mechal chegou à liderança do movimento.
Em 1997 sobreviveu a uma tentativa de assassinato em Amã, a capital da Jordânia, por agentes do Mossad, o serviço de inteligência israelita.
Yahya Sinwar
Eleito em fevereiro de 2017 como líder do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, de 61 anos, é conhecido pelo seu forte perfil.
Passou 23 anos em prisões israelitas e foi libertado, em 2011, numa troca de prisioneiros.
Nascido em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, uniu-se ao Hamas na época de sua criação, em 1987. Mais tarde fundou o Majd, o serviço de segurança interna do Hamas.
Ex-comandante de elite das brigadas Al-Qasam e suposto mentor do ataque de 7 de outubro, Sinwar é procurado por Israel e está na lista dos “terroristas internacionais” dos Estados Unidos da América.
Yahoo Sinwar é discreto e não aparece em público desde 7 de outubro.
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