Não, desengane-se o leitor, este não é um texto de pendor político, apesar do título ser vagamente reminiscente do filme clássico da Guerra Fria, “Caça ao Outubro Vermelho”.

Pelo contrário, de frio não tem Portugal nada neste momento. Estamos perante uma meia-estação onde não vai ser preciso usar meias, tais são as previsões que anunciam elevadas temperaturas pelo menos até ao final de setembro.

A conversa de circunstância mantém os mesmos moldes, mas a temática é ligeiramente diferente. “Pois, isto está calor, está. Às tantas as pessoas deixam de tirar férias em julho para tirar em setembro”. Será?

Os modelos meteorológicos ainda não chegaram a uma conclusão definitiva, mas a verdade é que temos tido outonos cada vez mais quentes. Já o ano passado tinha sido assim e, infelizmente, em 2017 também.

É à conta desta (possível) mudança de paradigma climático que nos começamos a deparar com cada vez mais frequência com este panorama: à hora de saída deste texto ainda estão 2100 bombeiros e outros operacionais a combater 60 incêndios em território nacional.

Deixando o responsabilidade humana de parte — mas não minimizando-a —, por mais preparação, sensibilização e vigilância que se tenha quanto a este assunto, o clima é dono e senhor das nossas vidas. Se há tempo quente, seco e ventoso, há incêndios. A questão é se vão começar a ser mais frequentes no outono do que no verão.

Mudando de assunto mas mantendo o pendor incendiário, hoje “Joker”, filme de Todd Phillips protagonizado por Joaquin Phoenix, venceu o Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza

Foi um choque. Afinal de contas, estamos a falar de um filme de super-heróis a conquistar um dos mais prestigiados (e, dirão alguns, elitistas) festivais da sétima arte do mundo. Mas não só. Esta é uma película que vai dar que falar ao longo do ano: não só porque está a ser descrita como potencial concorrente aos Óscares, mas porque as suas temáticas são controversas e — e aqui depende da postura de cada um — problemáticas. Digo-o porque não vi, mas há quem o tenha feito e diz que os filmes do género nunca mais serão os mesmos.

Controverso e problemático é também o anúncio do fecho do Sabotage, em Lisboa. A casa de espetáculos, altar do rock, é uma das poucas lufadas de ar fresco num Cais do Sodré rendido à especulação imobiliária. Em breve, quem gosta de visitar Lisboa pela sua vida noturna, terá o privilégio de sair à noite saltitando de hotel em hotel e hostel em hostel. É triste.

Hoje há concerto dos The Telescopes e, pelo menos, até ao final de setembro há concertos e DJ sets marcados, não se sabendo ainda quando é que a música vai parar definitivamente. Se estiver pela capital, é este o meu apelo: dance, mesmo que este seja um outono vermelho e negro.

Eu sou o António Moura dos Santos e hoje o dia foi assim.

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