“Esperamos alertar o Governo de que se trata de uma situação excecional, dado que decorrem obras nesta escola há dez anos e há alunos que não conhecem outra realidade que não sejam os contentores. É uma situação terceiro-mundista”, defendeu o presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação desta escola, José Lourenço, em declarações à agência Lusa.

Segundo o responsável, além das aulas em contentores, a disciplina de educação física é lecionada num edifício exterior à escola, a cerca de 600 metros, o que traz “riscos” e desconforto para os alunos, por exemplo, em dias de chuva, além dos “custos inerentes”, por se tratar de um espaço alugado.

Foram estes os motivos que levaram à concentração de cerca de 300 pessoas em frente à Escola João de Barros, entre as 08:00 e as 09:00, alertando para a “situação excecional, que requer medidas excecionais”.

De acordo com José Lourenço, as obras recomeçaram em 2017 e tinham um prazo de 18 meses para a sua conclusão, contudo, há cerca de duas semanas o empreiteiro suspendeu o processo, tendo retirado todo o material.

“O que levou à suspensão das obras foi um incumprimento. O empreiteiro tinha 18 meses para fazer as três fases da obra e ao fim de 20 meses nem tinha chegado a metade da primeira fase e estava a reclamar 40% do valor da obra, cerca de 3,3 milhões de euros, e uma extensão do prazo em 14 meses, o que não é de todo aceitável depois de ter levado 20 meses em litigância com a parte escolar”, sublinhou.

Perante esta situação, os pais não querem que a escola entre novamente em concurso público, evitando as burocracias que atrasariam ainda mais esta empreitada já longa.

“Queremos alertar o Governo e os parlamentares que se trata de uma situação excecional, que terá de ter uma solução excecional para ultrapassar todo o processo burocrático. Queremos evitar que vá para novo concurso público, porque só em concurso é capaz de demorar cerca de um ano ou mais para cumprir todos os prazos contratuais”, explicou.