Em comunicado, a CNIPE lamentou a ausência nas primeiras aulas do projeto de audiodescrição para os alunos cegos, sublinhando que a “escola inclusiva não pode deixar de o ser agora”.

De acordo com a Confederação, as primeiras aulas só tiveram em consideração os alunos surdos.

“A audiodescrição ou descrição de imagens, esquemas, mapas e frases, é essencial para estes alunos poderem acompanhar o raciocínio lógico do encadeamento do que vai sendo dito, uma vez que a informação visual da matéria complementa, significativamente, o que é dito pelo professor”, sublinha a CNIPE.

A Confederação refere que no atual contexto, não é recomendável remeter para os pais a descrição de toda a informação visual, justificando que “a maioria dos pais não domina os conteúdos abordados ou, se os domina, receia induzir o filho em erro”.

Não é recomendável também, segundo a CNIPE, porque “uma audiodescrição feita por um adulto em casa enquanto o professor fala/explica a matéria é extremamente confuso para o aluno e mesmo para o audiodescritor”.

Segundo a CNIPE, a limitada duração de cada aula implica também uma concentração de conteúdos num curto espaço de tempo.

Por isso, a CNIPE pede que seja revisto o modo de operacionalização das aulas com a inclusão da audiodescrição nas próximas gravações.

O programa #Estudo Em Casa arrancou na segunda-feira na RTP Memória com um conjunto suplementar de recursos educativos, criado pelo Ministério da Educação e que conta com 112 docentes de seis escolas públicas, duas privadas e da ciberescola.

As aulas começam às 09:00 para os mais pequenos e terminam às 17:30 depois das matérias dadas aos do 9.º ano. A grelha horária está disponível aqui .

Desde 16 de março que todos os estabelecimentos de ensino estão encerrados, por decisão do Governo para tentar controlar a disseminação do novo coronavírus, que já matou 735 pessoas e infetou cerca de 20 mil pessoas em Portugal.

Mais de dois milhões de crianças e jovens, desde creches ao ensino superior, ficaram em casa e a maioria tem aulas à distância através de plataformas ‘online’ ou trocas de ‘emails’ com os seus professores.

Os alunos do básico só deverão voltar a ter aulas presenciais em setembro, já que o Governo prevê apenas a hipótese de regresso às escolas este ano letivo para os alunos do 11.º e 12.º anos, assim como para os estudantes do ensino superior.

O Governo decretou o estado de emergência a 19 de março, que já foi prorrogado duas vezes, estando previsto agora o seu fim a 02 de maio. O diploma prevê a possibilidade de uma “abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais”.

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