O incidente ocorreu no mesmo dia em que um outro modelo da Boeing, um 777, da United Airlines, com 241 pessoas a bordo, foi obrigado a regressar ao aeroporto de Denver, no estado norte-americano do Colorado, após um incêndio no reator direito, tendo aterrado em segurança e sem quaisquer problemas.
O incidente levou hoje o fabricante a recomendar a imobilização de 128 aviões do modelo 777 que se encontram em serviço (69) ou armazenados (59), com motores Pratt & Whitney 4000-112, disse a Boeing em comunicado.
Nos Países Baixos, aconteceu com um avião de carga, o Boeing 747-400, que encontrou dificuldades poucos segundos depois de descolar do aeroporto de Maastricht-Aix-La-Chapelle, igualmente com um incêndio num motor.
“Estamos já a realizar uma investigação técnica. Veremos se há alguma responsabilidade por tudo o que aconteceu. A empresa Boeing será interrogada”, indicou à agência noticiosa France-Presse (AFP) um porta-voz da polícia holandesa que solicitou anonimato.
A aeronave, com destino a Nova Iorque, transportava mercadorias, incluindo produtos farmacêuticos, aterrou de emergência, também em segurança, no aeroporto de Liège, na vizinha Bélgica.
A imprensa holandesa divulgou hoje fotos que circularam nas redes sociais de destroços do aparelho em Meerssen, próximo de Maastricht, em particular de um deles que caiu em cima de uma viatura automóvel.
“Estou tão chocada como todos os habitantes” da cidade, disse a presidente da câmara de Meerssen, Mirjam Clermonts-Aretz, que testemunhou parte da cena, à AFP.
Clermonts-Aretz, que mora perto do aeroporto, adiantou ter ouvido as “detonações vindas do avião”, especificando que caíram “muitas peças” do aparelho.
Segundo a autarca, pelo menos duas pessoas ficaram feridas com a queda dos destroços, uma senhora idosa e uma criança, tendo a primeira vítima passado uma noite em observação hospitalar.
O aeroporto de Maastricht-Aachen, com sede na Holanda, lamentou o incidente e adiantou que está a tentar contactar com os familiares das vítimas, sem especificar para quê.
O fabricante norte-americano Boeing teve graves problemas nos últimos anos com outro dos seus modelos, o 737 MAX, que esteve imobilizado durante 20 meses devido a dois acidentes que provocaram 346 mortos em seis meses.
Um aparelho daquele tipo sofreu um acidente num voo da Ethiopian Airlines, em março de 2019, que provocou 157 mortos, e numa viagem da Lion Air, na Indonésia, em outubro de 2018, outro acidente causou 189 mortos.
Os voos comerciais do Boeing 737 MAX foram retomados em dezembro de 2020, primeiro no Brasil e depois nos Estados Unidos e Canadá.
O primeiro voo comercial na Europa realizou-se em 17 de fevereiro, pela companhia aérea belga TUI Fly.
Sobre o modelo “777”, a Japan Airlines (JAL) e a All Nippon Airways (ANA) anunciaram igualmente a imobilização de 13 e de 19 aviões deste tipo, respetivamente.
Segundo vários órgãos de comunicação norte-americanos, as únicas companhias aéreas que utilizam o modelo “777” estão situadas nos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.
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