No texto, o bloco formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai reforçou que o cerco feito por grupos civis armados afetos ao Governo de Nicolás Maduro na câmara baixa venezuelana resultou em agressões contra deputados e funcionários daquela instituição.
“Tais atos, precedidos de uma intervenção de altas autoridades do Poder Executivo, sem prévio acordo das autoridades legislativas, constituem um ataque do Executivo sobre outro poder do Estado, inadmissível no quadro da institucionalidade democrática”, diz o comunicado.
O bloco sul-americano pede que o Governo da Venezuela coloque “fim imediatamente a todo discurso e ações que incentivem uma maior polarização, com o consequente crescimento da violência, e a garantir o respeito pelos direitos humanos, separação dos poderes e vigência do Estado de Direito”.
Os países do Mercosul também manifestaram a sua disposição para apoiar e “acompanhar o povo irmão da Venezuela na saída da grave crise política, social e humanitária que atravessa o seu país e no caminho à restauração plena das instituições democráticas e à paz social”.
A Venezuela fazia parte do Mercosul desde 2012, mas foi suspensa do bloco no final de 2016.
Em abril, os outros países membros iniciaram um processo que pode culminar na sua expulsão definitiva do Mercosul.
Na quarta-feira, pelo menos 13 pessoas, entre elas cinco deputados, trabalhadores e jornalistas, ficaram feridas na sequência do ataque ao parlamento, em Caracas, por civis armados afetos ao regime.
Três deputados figuram entre os feridos do ataque, que ocorreu durante uma sessão especial comemorativa do 206.º aniversário do Dia da Independência, entretanto suspensa.
O ataque foi precedido por uma visita do vice-presidente da Venezuela, Tarek El Aissami, que, conjuntamente com vários membros do Governo venezuelano, e cerca de 300 de apoiantes, entrou no parlamento para realizar um ato no salão Elíptico, onde está a ata da Independência da Venezuela.
Mais tarde, Nicolás Maduro condenou o ataque e ordenou que esses “factos estranhos” sejam investigados.
“São factos estranhos, sempre estranhos. Eu condeno absolutamente esses factos. Não serei nunca cúmplice de nenhum facto de violência. Eu os condeno e ordenei que sejam investigados e que se faça justiça”, declarou.
A Venezuela vive uma grave crise política e económica que elevou a tensão em todo o país.
Na quarta-feira o Parlamento venezuelano, onde a oposição é maioritária, aprovou a convocação de um plebiscito para 16 de julho, para que a população decida se o país deve continuar a ser presididos por Nicolás Maduro.
A aprovação da moção foi feita pouco depois de civis armados, afetos ao regime, terem entrado no parlamento e cometido as agressões.
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