Estas posições foram transmitidas por Inês Sousa Real, durante uma sessão em Monsanto, concelho de Lisboa, que se destinou a apresentar os cabeças de lista e o programa do partido às próximas eleições legislativas.
Logo no seu discurso inicial, que durou cerca de 25 minutos - em que enumerou as principais medidas que o PAN conseguiu negociar no âmbito dos orçamentos da legislatura passada -, Inês de Sousa Real definiu a sua força política como uma “alternativa progressista, feminista, ambientalista e animalista”, mas também “construtiva, responsável e capaz de fazer pontes” no parlamento.
Depois, perante os jornalistas, assumiu como objetivos em relação às eleições legislativas de 30 de janeiro o crescimento da representação da bancada, tendo como fasquia mínima a eleição de quatro deputados, tal como no ato eleitoral de outubro de 2019.
Questionada se o PAN terá maior facilidade em entender-se com o PS ou com o PSD a seguir às próximas eleições, a porta-voz deste partido alegou que “há causas transversais, embora, infelizmente, não seja isso a que o país tem assistido”.
“Depois das eleições, será fundamental percebermos quem está disponível para se aproximar e se comprometer com causas do PAN. Estar na oposição não é apenas votar contra. Estar na oposição e não ser partido do Governo significa também conseguir consagrar as medidas que formam o nosso programa eleitoral. É para isso que as pessoas nos elegem”, argumentou.
Neste ponto, Inês Sousa Real assinalou também que “o PAN não tem nem compromissos nem estigmas do ponto de vista ideológico, razão pela qual não se revê na dicotomia esquerda e direita”.
“Pautamo-nos por valores e por causas. Não se trata da esquerda e da direita, do PS ou do PSD, mas sim das nossas causas e valores”, frisou, antes de se referir a um cenário em que o PAN integre o próximo executivo.
“Nunca rejeitámos essa possibilidade. Aliás, esta direção do PAN, com a sua moção global de estratégia, assumiu sempre a responsabilidade de dizer presente, se essa for a vontade dos portugueses. Faremos a nossa avaliação da capacidade de compromisso das diferentes forças políticas. Em primeiro lugar, estão as nossas causas. Teremos de ver qual a forma de as fazer avançar melhor, estando ou não no Governo, estando ou não com responsabilidades acrescidas”, justificou.
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