André Silva esteve hoje reunido com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa.
No final, o deputado disse aos jornalistas que o objetivo do partido nas eleições legislativas que se disputam em 06 de outubro é conseguir “eleger um grupo parlamentar” para ter “mais responsabilidades” na Assembleia da República.
Questionado sobre se o partido está disponível para integrar uma solução governativa, à semelhança da constituída na atual legislatura (em que o Governo conta com o apoio de BE, PCP e PEV), André Silva foi taxativo: “após as eleições, e se a matemática parlamentar assim o disser, nós estaremos disponíveis para já, para isto, para conversar, seja com quem for”.
Apesar de o PAN estar disponível para “influenciar qualquer Governo que venha a sair das eleições de 2019”, o porta-voz lembrou que, nesta altura, quaisquer cenários “são precoces”, uma vez que ainda não são conhecidos os programas eleitorais dos partidos, nem a constituição futura do parlamento.
Durante o encontro com o Presidente da República, que durou menos de uma hora, André Silva revelou que foram feitos os “naturais balanços eleitorais” das europeias de 26 de maio, nas quais o partido elegeu, de forma inédita, um eurodeputado.
Para André Silva, “os resultados das europeias vêm dizer que há uma consolidação um pouco maior do PAN no sistema democrático português, que há uma confiança cada vez maior dos portugueses no PAN, fruto do reconhecimento do trabalho que o PAN tem feito”.
Numa análise geral aos resultados, o porta-voz do partido defendeu que “as forças que tiveram menos bons resultados são as três forças mais conservadores, as forças menos progressistas”, que “têm estado tantas vezes de costas voltadas para aquilo que é o sentimento geral da população portuguesa em diversas áreas, em diversos domínios, nomeadamente naquilo que são os costumes, as tradições”.
Também na Europa, o PAN – que vai integrar o grupo político dos Verdes no Parlamento Europeu - quer “influenciar positivamente os destinos da política europeia nos próximos cinco anos, sendo a força positiva e decisória que pode ajudar as principais forças políticas a fazer uma transição da economia para uma economia de baixo carbono”.
Na Assembleia da República, o deputado único assinalou que, até ao final da legislatura, vai “continuar a trabalhar” nos diplomas que estão em cima da mesa.
O deputado recusou ainda as críticas de que o partido não toma posições concretas, exceção em relação às causas que defende, adiantando que, “entre hoje e amanhã” (sexta-feira), o PAN vai tornar pública “uma análise sobre os dados de todas as propostas que foram votadas desde o início da legislatura, para se perceber quem é que se abstém mais ou quem se abstém menos”.
“E para percebermos de facto, com base em dados, quem é que toma mais ou menos posições sobre diversas matérias”, acrescentou.
Notando que o PAN “tem tomado posições muito claras” sobre “tantas e tantas matérias estruturais”, o parlamentar salientou que, “fruto do tempo de existência do PAN, da representação parlamentar de apenas um deputado e dos recursos”, o partido “nem sempre” consegue ter “atempadamente” uma “opinião sobre todas as matérias transversais às 12 comissões”.
André Silva salientou que isso “é absolutamente normal e natural”.
Comentários