"Nas eleições à Região Autónoma da Madeira, vamos ter daqui a dois anos o desafio e esperamos juntar ao agora deputado eleito nos Açores um deputado pela região autónoma na Assembleia da Madeira. E claro está, daqui a dois anos, às eleiçoes legislativas, às quais nos apresentamos evidentemente para ser Governo", disse Inês Sousa Real, no discurso de encerramento do Congresso.

"Aqui chegados, não posso deixar de dar uma palavra de apoio e apreço ao trabalho que os nosso autarcas de norte a sul e ilhas têm. Vamos apresentar-nos de facto daqui a uns meses a este ato eleitoral com a forte convicção de que vamos reforçar, não só a nossa presença, como aumentar a nossa reprsentatividade, e que caso evidentemente os eleitores assim o desejem, estaremos prontos para mais e melhores desafios e responsabilidades", disse.

E acrescentou estar certa de que o partido chegará forte, "com toda esta energia confiança agora renovadas, das autarquias ao poder central", apontando que o partido é "presente" e "futuro".

Na sua intervenção, Inês Sousa Real posicionou o PAN como o "único partido animalista e ambientalista em Portugal".

Defendendo que "é preciso repensar e realocar os recursos financeiros e investi-los nas áreas verdadeiramente estratégicas", a porta-voz sublinhou que o PAN veio "para ficar" e para contribuir para "a mudança" e "está cá para fazer esta diferença".

Apesar de antecipar que o mandato de dois anos será "desafiante", frisou que "não há desafios nem ameaças que parem o PAN".

No seu discurso após a eleição como líder, Inês Sousa Real afirmou que "o PAN cresceu" e é hoje "o único partido capaz de responder ao desafio climático": "Somos um partido forte, unido e diferente dos partidos convencionais que se limitam a olhar, sem verdadeiramente ver, para o ambiente e para as restantes formas de vida como meros apêndices nas suas políticas e agendas eleitorais", salientou.

Na intervenção, que mereceu as palmas dos delegados em diversos momentos, a também líder parlamentar aproveitou ainda para responder a "algumas vozes" que se inquietam por o partido não se assumir "de esquerda nem de direita", salientando que "é precisamente" por não pertencer a "esta ultrapassada e redutora dicotomia" que tem "feito a diferença na política em Portugal".

E criticou que a "esquerda, para além de apregoar ao vento preocupações ambientais, continua a viabilizar projetos como o aeroporto do Montijo, a diabolizar a propriedade privada, esquecendo-se que os senhorios também são parte fundamental para resolver os problemas de habitação".

E à direita, lamentou, é defendida "uma economia voraz que destrói o mundo rural e natural, esquecendo-se que sem ele não há condições para a vida humana na terra nem para a alimentação".

"A tradicional dança entre a esquerda e a direita não serve como resposta aos problemas do presente nem às soluções do futuro", defendeu Sousa Real, que sucede a André Silva (porta-voz desde 2014).

Trabalhar "arduamente"  para fortalecer o partido e fazer avançar as causas

"Hoje estamos aqui com um desafio e uma responsabilidade enorme entre mãos, um PAN que faz hoje parte e que se consolidou na vida política, que está em crescimento e que tem a enorme responsabilidade de dar resposta aos diferentes desafios da nossa sociedade, o desafio até de crescer ainda mais, o desafio de sermos um partido único, forte, dedicado e que apresenta trabalho", afirmou Inês Sousa Real.

Falando aos congressistas no encerramento da reunião magna do partido, a dirigente deixou um apelo ao partido: "É isso que vos peço aqui hoje, que trabalhemos arduamente no próximo mandato para que daqui a dois anos possamos estar numa posição ainda mais forte, numa posição que nos permita proteger as causas que defendemos de uma forma absolutamente inquestionável, numa posição que nos permita implementar ideias para o país com uma visão integrada e sustentável".

Sobre o congresso, que decorreu sábado e domingo em Tomar (distrito de Santarém), a líder destacou o "debate de ideias, o debate interno plural", considerando que "não significa e jamais deverá significar unanimismo".

"Só isso poderá reforçar o crescimento do PAN, consolidar as nossas ideias, as causas que pretendemos fazer avançar e defender", apontou,

E garantiu que o PAN não vai "deixar para trás" a sua base ideológica ou os seus valores", recorrendo ao mote da sua candidatura: "As causas primeiro".

Inês Sousa Real disse que é a primeira mulher a liderar o PAN e "apenas a quinta mulher em Portugal a assumir a liderança de um partido político" em "47 anos de democracia".

Apesar de considerar que "a eleição de hoje, num contexto político ainda maioritariamente masculino, é também uma conquista de todas as mulheres, sejam elas filiadas no PAN ou as demais mulheres e meninas do país", defendeu que ainda há caminho a percorrer.

Salientando a aprovação dos estatutos com vista à constituição de uma juventude PAN, Inês Sousa Real apontou que o partido conta com os jovens para "trilhar o caminho".

"Com as vossas aspirações, anseios e visões que devemos trabalhar no cumprimento desta missão, a missão de juntos construirmos o futuro que é de todos e todas nós", acrescentou.

O VIII Congresso do PAN esteve reunido este fim de semana no Hotel dos Templários, em Tomar, tendo os trabalhos sido pela primeira vez abertos inteiramente à comunicação social.

A lista única à Comissão Política Nacional (órgão máximo de direção política entre congressos), que é encabeçada por Inês Sousa Real, foi eleita hoje com 109 votos a favor, 14 brancos e dois nulos.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.