Cerca de 600 refugiados, a maior parte ucranianos, reuniram-se com Francisco na Igreja de Santa Isabel, em Budapeste, onde, depois de ter ouvido vários testemunhos, o líder católico agradeceu aos húngaros, em particular às associações religiosas, o acolhimento que foi dado aos refugiados.
O Governo húngaro gosta de elogiar a hospitalidade dada aos ucranianos – cujo país foi invadido há mais de um ano pela Rússia – apesar de ter detido refugiados em “zonas de trânsito”, agora fechadas, e restringido a entrega de pedidos de asilo nas embaixadas.
Desde fevereiro de 2022 mais de dois milhões de ucranianos chegaram à Hungria, dos quais 35 mil pediram o regime de proteção temporária da União Europeia (UE), segundo dados do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Contudo, a posição ambígua do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, sobre a invasão russa tem desencorajado, de certo modo, os ucranianos a ficarem na Hungria.
Recusando enviar armas à Ucrânia e mantendo ligações estreitas com o Governo russo, Orbán vai contra a política definida pela UE e NATO sobre o conflito.
Num outro encontro, desta feita com milhares de jovens, no recinto desportivo Budapest Sports Arena, onde foi presenteado com um cubo de Rubik, inventado pelo arquiteto húngaro Erno Rubik, o Papa pediu-lhes para cultivarem o silêncio e deixarem de estar agarrados ao telemóvel e às redes sociais, pois “a vida é real e não acontece num ecrã”.
“Não tenham medo de ir contra a corrente, de encontrar todos os dias um tempo de silêncio para parar e rezar”, instou.
No domingo, último dia da sua visita à Hungria, que se limitou à capital, Budapeste, o chefe da Igreja Católica presidirá à celebração de uma missa ao ar livre.
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