Durante a catequese da audiência geral de quarta-feira, Francisco refletiu sobre os migrantes e “as atuais rotas migratórias”, que “para muitas pessoas, demasiadas pessoas, são mortais”.

Associações que disponibilizam apoio a migrantes:

JRS Portugal — O gabinete jurídico "tem como objetivo assessorar juridicamente os utentes no seu processo de regularização, bem como emitir pareceres e orientações técnicas internas em matérias de Lei de Estrangeiros, Lei de Asilo e legislação acessória". Saiba mais aqui.

Renovar a Mouraria — Centrada na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, esta associação ajuda com os processos de regularização de quem "vive, trabalha, estuda ou tem filhos que estudam" naquela zona. Conheça o projeto aqui.

Lisbon Project — Este projeto tem como objetivo "construir uma comunidade que integra e capacita migrantes e refugiados". Nesse sentido, tem também disponível um gabinete de apoio jurídico. Fique a par de tudo aqui.

Mundo Feliz — Esta associação ajuda os imigrantes no processo de regularização em Portugal e também na procura de emprego, entre outros serviços. Saiba mais aqui.

Linha de Apoio ao Migrante — Esta linha "tem como principal objetivo responder de forma imediata às questões mais frequentes dos migrantes, disponibilizando telefonicamente toda a informação disponível na área das migrações e encaminhando as chamadas para os serviços competentes". Contactos: 808 257 257 / 218 106 191. Mais informações aqui.

Recordou que o mar Mediterrâneo “tornou-se um cemitério” e que esses “mortos poderiam ter sido salvos”.

“É preciso dizer claramente: há quem trabalhe sistematicamente por todos os meios para repelir os migrantes. E isso, quando feito de forma consciente e responsável, é um pecado grave”, afirmou.

E que também “alguns desertos, infelizmente, tornam-se cemitérios de migrantes” e condenou que “mesmo aqui não se tratam de mortes naturais”.

“Não. Por vezes são levados para o deserto e abandonados lá”, salientou.

“Na era dos satélites e dos ‘drones’, há homens, mulheres e crianças migrantes que ninguém quer ver. Só Deus os vê e ouve o seu grito”, acrescentou, recordando a terrível fotografia de Fati e Marie, mãe e filha, de 30 e seis anos, respetivamente, abandonadas no deserto da Tunísia e encontradas mortas.

Nas palavras do papa Francisco, os migrantes não deveriam nunca estar “nesses mares e desertos mortíferos” e defendeu que “não é através de leis mais restritivas, não é através da militarização das fronteiras, não é através da rejeição” que será possível acabar com estes casos.

O Papa apelou à expansão de “rotas de acesso seguras e legais para os migrantes, facilitando o refúgio para aqueles que fogem da guerra, da violência, da perseguição e de várias calamidades”.

“Conseguiremos isto promovendo por todos os meios uma governação global da migração baseada na justiça, fraternidade e solidariedade. E unindo forças para combater o tráfico de seres humanos, a fim de travar os traficantes criminosos que lucram impiedosamente com a miséria dos outros”, acrescentou.

O Papa também elogiou “os esforços de tantos bons samaritanos, que fazem o seu melhor para resgatar e salvar migrantes feridos e abandonados nas rotas da esperança desesperada, nos cinco continentes”, como as ONG de salvamento no Mediterrâneo, citando a organização italiana ‘Mediterranea’.

“Estes homens e mulheres corajosos são o sinal de uma humanidade que não se deixa contagiar pela cultura perversa da indiferença e do descarte”, elogiou.

Perguntou aos fiéis se também rezam pelos migrantes e pediu-lhes que unissem esforços “para que os mares e os desertos não sejam cemitérios, mas espaços onde Deus possa abrir caminhos de liberdade e de fraternidade”.