Numa entrevista publicada hoje no jornal Die Zeit, o papa disse que a remoção da regra do celibato não é a solução para a escassez de sacerdotes católicos, mas mostrou abertura para estudar se os "viri probati" - ou homens casados de fé comprovada - poderiam ser ordenados.
"Devemos considerar se ‘viri probati’ é uma possibilidade, e determinar quais as tarefas que podem realizar, por exemplo, em comunidades remotas", disse.
A proposta "viri probati" existe há décadas, mas tem tido maior visibilidade com este papa em parte graças aos desafios que a Igreja enfrenta em lugares como o Brasil, um país católico de grande dimensão e com uma escassez aguda de sacerdotes.
O cardeal brasileiro Claudio Hummes, amigo de longa data do papa Francisco e ex-chefe de gabinete do Vaticano para o clero, tem vindo a pressionar para que sejam permitidos os “viri probati” na Amazónia, onde a Igreja conta com um sacerdote por cada 10.000 católicos.
Na entrevista, Francisco disse ainda que além de Portugal (peregrinação do 12 e 13 de maio, no Centenário das Aparições de Fátima), está na sua agenda deslocar-se à Colômbia este ano, bem como à Índia e ao Bangladesh, apontando ainda como uma possibilidade visitar o Egito.
Nesta primeira grande entrevista a um jornal alemão, o papa Francisco falou ainda dos perigos do populismo crescente nas democracias ocidentais, dizendo que "o populismo é maligno e acaba mal como o século passado mostrou", adiantando que os períodos de crise são também uma oportunidade para crescer.
Comentários