Numa mensagem de vídeo hoje enviada para o povo romeno, por ocasião da sua visita de sexta-feira a domingo, o Papa diz que vai viajar como peregrino e irmão para “um belo e acolhedor " país, manifestando-se feliz pelo encontro programado com o líder da Igreja Ortodoxa, o Patriarca Daniel, e com o Sínodo da Igreja Ortodoxa.

‘Sā mergem împreunā – Caminhemos juntos’ é o lema oficial da visita apostólica de Francisco, com passagens pelas cidades de Bucareste, Iasi e Blaj, além do santuário mariano de Sumuleu Ciuc.

“Caminhamos juntos quando aprendemos a preservar as raízes e a família, quando cuidamos do futuro dos filhos e do irmão que está ao lado, quando vamos além dos medos e das suspeitas, quando derrubamos as barreiras que nos separam dos outros”, referiu na mensagem.

O Papa lembrou ainda os sete bispos Greco-católicos que vai beatificar, no Campo da Liberdade, na cidade de Blaj, e disse que a sua dedicação e sofrimento são um legado que não deve ser esquecido.

“Aquilo pelo que sofreram, a ponto de oferecer a vida, é uma herança muito preciosa para ser esquecida. E é uma herança comum, que nos chama a não nos distanciarmos do irmão que a compartilha”, acrescentou.

A beatificação destes sete Bispos Greco-Católicos, mártires assassinados pelas autoridades comunistas entre 1950 e 1970, será um dos pontos altos da deslocação.

O Papa usará a visita para fortalecer laços com os ortodoxos, estando agendando um encontro com o ortodoxo romeno Patriarca Daniel antes de celebrar uma missa na catedral de S. Jose a população católica.

“Aguardo com grande expectativa a alegria de encontrar o Patriarca e o Sínodo Permanente da Igreja Ortodoxa Romena, como também os pastores e os fiéis católicos”, afirma.

Em entrevista à rádio renascença o diretor de comunicação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Félix Lungu, disse que aguarda com expectativa a visita do Papa ao seu país natal, onde ainda há muitas feridas por sarar dos anos de ocupação comunista.

Há 20 anos, explicou, a Roménia recebeu João Paulo II que visitou o país quando este tinha acabado de sair de um regime comunista de quarenta e muitos anos, onde houve uma perseguição muito violenta, sobretudo contra a Igreja Greco-católica, os católicos de rito oriental na Roménia.

Segundo Félix Lungu, a Roménia tem cerca de 20 milhões de habitantes. Em rigor são 23, mas uns três milhões estarão pelo mundo fora, migrados. Dos 20 milhões de habitantes da Roménia, 80% são cristãos ortodoxos, os protestantes serão uns 6%, e estima-se que os cristãos católicos sejam apenas 4%.

O desembarque do Papa no Aeroporto Internacional de Bucareste está previsto para as 11:30 (hora local, mais duas em Lisboa) da sexta-feira, 31 de maio, dia em que fará uma visita de cortesia ao presidente da Roménia e terá um encontro com o primeiro-ministro do país.

Às 13:00, ainda no Palácio da Presidência, o Papa fará o primeiro discurso da viagem dirigido às autoridades, a sociedade civil e ao corpo diplomático e às 15:45 terá um encontro ecuménico privado com o Patriarca da Roménia no Palácio do Patriarcado e depois com o Sínodo Permanente da Igreja Ortodoxa Romena, no qual está previsto um segundo discurso.

No sábado, o Papa irá para Bacau, cidade onde celebrará uma missa no Santuário de Sumuleu-Ciu, seguindo depois para Iasi, onde às 17:25 visitará a Catedral de Santa Maria Rainha.

Depois terá um encontro com jovens e famílias na praça em frente ao Palácio de Cultura, onde fará um discurso.

No último dia da viagem apostólica à Roménia, o Papa Francisco viajará para Sibiu, onde chegará às 09:40 para presidir, no Campo da Liberdade de Blaj, à Beatificação dos sete Bispos Greco-Católicos.

Antes de regressar a Roma, o Papa terá um encontro com a comunidade nómada de Blaj.