Fernando Araújo falava à agência Lusa no final de uma visita às instalações da EMA, em Londres, onde decorreram reuniões com responsáveis e profissionais da Agência Europeia do Medicamento, para darem a conhecer a candidatura portuguesa à relocalização da EMA.

A EMA tem sede em Londres mas será transferida para outro país na sequência da saída do Reino Unido da União Europeia. Portugal candidatou a cidade do Porto para receber a nova sede da Agência.

“Temos a noção clara que a decisão é política mas também temos a noção clara de que a informação da EMA e do seu ‘staff’ também será relevante para a decisão politica”, disse o secretário de Estado acrescentando que dos encontros ficou a ideia de que “o Porto constitui para a EMA uma das opções mais valiosas”.

A delegação portuguesa que esteve na EMA integrou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, e elementos da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e da Câmara Municipal do Porto.

A secretaria de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, disse também em declarações à Lusa que na apresentação da candidatura houve oportunidade para esclarecer dúvidas sobre questões como a habitação, saúde e empregos para os cônjuges dos funcionários da EMA.

A decisão agora é política, frisou, mas passa também por uma negociação europeia.

“Uma decisão destas não vai ser tomada contra a vontade do ‘staff’ e os interesses da própria agência”, disse, adiantando que agora a Comissão Europeia elaborará uma lista de cada uma das candidaturas, seguindo-se um debate político.

Na quarta-feira o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, garantiu que a escolha da nova sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA) será feita com critérios objetivos e transparentes, e que algumas cidades cumprem plenamente os critérios.

Tajani reuniu-se com o diretor executivo da EMA, Guido Rasi, com quem debateu o papel da Agência na proteção e inovação na saúde e a futura saída do Reino Unido.

“A escolha da nova sede da EMA deve basear-se em critérios objetivos elaborados a nível europeu”, procurando uma solução o mais económica e eficiente possível, no interesse dos nossos cidadãos, disse Antonio Tajani após o encontro, segundo um comunicado do Parlamento Europeu.

O responsável, segundo o mesmo comunicado, referiu os seis critérios identificados pela Comissão e pela EMA para a nova localização, como a garantia de que a Agência estará totalmente operacional quando o Reino Unido sair da UE, a facilidade de acesso em termos geográficos, a disponibilidade de escolas para 600 estudantes, filhos dos funcionários, e o acesso ao mercado de trabalho e cuidados médicos para 900 famílias, além da distribuição geográfica de outras agências europeias.

Segundo Tajani algumas cidades candidatas cumprem esses critérios na totalidade. Quase duas dezenas de cidades candidataram-se a receber a sede da EMA (sigla do nome da agência em inglês).