Este ataque “ameaça a estabilidade do Iraque e da região”, segundo um comunicado de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, que recorda o seu “apego à soberania do Iraque, bem como à sua estabilidade e à da Região Autónoma iraquiana do Curdistão”.
As autoridades do Curdistão iraquiano (norte) indicaram que “12 mísseis balísticos” disparados “fora das fronteiras do Iraque, e mais precisamente do leste”, atingiram hoje o consulado americano em Erbil, sem causar vítimas.
Após os Estados Unidos anunciarem que o seu consulado e o aeroporto local tinham sido atacados, a Guarda Revolucionária iraniana, o exército ideológico da República Islâmica do Irão, assumiu que lançou mísseis contra um centro de “conspiração sionista” em Erbil, no norte do Iraque, alegando que o centro era operado pelos serviços secretos de Israel, a Mossad.
Segundo a Guarda Revolucionária, o ataque foi realizado “na sequência dos recentes crimes do regime sionista” e após o aviso de que “seriam vingados” rapidamente.
Na quarta-feira passada, o Governo do Irão acusou Israel da morte de dois elementos da Guarda Revolucionária num ataque com mísseis perto de Damasco, capital da Síria, e disse que esses “assassinatos” não ficariam impunes.
O ataque de hoje ocorre quando as negociações para relançar o acordo nuclear iraniano de 2015 (JCPOA) foram abruptamente suspensas em Viena, após novas exigências de Moscovo.
“Tais ações comprometem os esforços para permitir um regresso ao JCPOA para o qual o Irão também contribui”, disse, no comunicado de imprensa, o ministério francês.
“Há uma urgência absoluta de concluir as negociações que foram abertas há quase um ano e de acabar com esse comportamento tão irresponsável e perigoso”, acrescentou.
O pacto, com o Irão de um lado e Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha do outro, deveria impedir Teerão de se dotar da bomba atómica em troca do levantamento das sanções internacionais que atualmente sufocam a sua economia.
No entanto, foi interrompido em 2018, quando Washington se retirou, restabelecendo medidas contra o Irão. Em resposta, Teerão libertou-se gradualmente dos limites impostos ao seu programa nuclear.
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