A iniciativa começou a 28 de outubro, na cidade de Hendaia, na fronteira franco-espanhola, continuou a 25 de novembro nos Arquivos Distritais de La Gironde, em Bordéus, e termina hoje na capital francesa, sendo organizada pela Rede da Aquitânia para a História e Memória da Imigração, pelo Comité Nacional Francês de homenagem a Aristides de Sousa Mendes e pelo Museu da História da Imigração em Paris.
O colóquio inclui uma mesa redonda sobre “A convenção franco-portuguesa de mão-de-obra de 28 de outubro de 1916″ e outra sobre “O papel dos soldados portugueses na Grande Guerra. O desafio da memória”.
Na iniciativa vai também ser inaugurada uma exposição de fotografia sobre “Os Portugueses na Grande Guerra” com imagens do fotógrafo de guerra Arnaldo Garcez (1885-1964) que acompanhou as tropas do Corpo Expedicionário Português para as trincheiras francesas.
Entre os intervenientes, vão estar os historiadores Nuno Severiano Teixeira, Marie-Christine Volovitch-Tavares, Cristina Climaco, Victor Pereira, Yvette dos Santos, Pierre Léglise-Costa, o Presidente da Liga dos Combatentes Joaquim Chito Rodrigues e a socióloga Maria Beatriz Rocha Trindade.
No dossiê de apresentação do colóquio, o coordenador do evento, Manuel Dias Vaz; sublinhou que “1916 foi uma etapa importante na história da chegada e da presença dos portugueses em França”, lembrando que “em 2016 se comemora o centenário da primeira convenção franco-portuguesa de mão-de-obra civil e militar assinada entre os dois países a 28 de outubro de 1916, em plena Primeira Guerra Mundial”.
“Cerca de 25.000 portugueses entraram, assim, legalmente em França entre finais de 1916 e 1918. A estes 25.000 trabalhadores legais, somam-se milhares de trabalhadores portugueses que entraram clandestinamente no mesmo período. Muitos passaram pelo porto de Bordéus, vindos de barco do porto espanhol de Vigo”, explicou o presidente da Rede da Aquitânia para a História e Memória da Imigração.
No programa, a historiadora Marie-Christine Volovitch-Tavares também define 1916 como o “ano crucial para a história dos portugueses em França” devido a duas decisões: o envio de soldados do Corpo Expedicionário Português para a frente de batalha em França e o acordo de mão-de-obra “que abriu o caminho da emigração a milhares de trabalhadores portugueses”.
A também coordenadora do colóquio e autora de “100 Ans d’Histoire des Portugais en France”(“100 Anos de História dos Portugueses em França”), explicou que foi a chegada de trabalhadores – recrutados no âmbito do acordo de mão-de-obra – que “fez de França um dos horizontes” da emigração”.
Comentários