“Margarida Tengarrinha deixa uma vasta obra no domínio das artes plásticas e publicou diversos livros sobre pintura, cultura popular e sobre a sua experiência e intervenção política”, é salientado na iniciativa, apresentada pelo Grupo Parlamentar do PCP.

A antiga deputada nasceu a 7 de maio de 1928, em Portimão, e no texto é lembrado que, “desde jovem, participou nas lutas estudantis de 1949 e 1954 em Lisboa, tendo sido membro da Direção Universitária do MUD Juvenil”.

O PCP refere que Margarida Tengarrinha participou “nas Exposições Gerais de Artes Plásticas, tendo sido expulsa da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa – ESBAL, pelo papel desempenhado na direção da luta pela Paz aquando da reunião da NATO em Lisboa em 1952”.

“Aderiu ao Partido Comunista Português, com 24 anos, em 1952 e passou à clandestinidade em finais de 1954. A sua primeira tarefa foi a criação, com o seu companheiro José Dias Coelho, da oficina de produção de documentos de identificação necessários à intervenção clandestina do Partido”, lê-se no texto.

Em 1962, após o assassinato de José Dias Coelho – que morreu em 1961, assassinado pela PIDE (a polícia política do regime do Estado Novo) - Margarida Tengarrinha “foi para o exterior, tendo exercido tarefas na ‘Rádio Portugal Livre’”.

O PCP refere que em 1968 Margarida Tengarrinha “regressou a Portugal, tendo assumido outras tarefas partidárias na clandestinidade” e que participou no Congresso Mundial de Mulheres realizado em Copenhaga, em 1953, e em Moscovo em 1963.

Entre 1974 e 1988, Tengarrinha “pertenceu ao Comité Central do PCP e foi deputada à Assembleia da República nas III e IV legislaturas”, e integrava atualmente “a Presidência do Conselho Português para a Paz e Cooperação”.

Os deputados manifestaram desta forma o seu pesar pelo falecimento de Margarida Tengarrinha, apresentando “aos seus familiares e ao Partido Comunista Português, as suas condolências”.