Estima-se que cerca de 2,5 mil milhões de pessoas em todo o mundo encontram-se expostas ao impacto das partículas finas PM2.5 (com um diâmetro inferior a 2,5 micrómetros), de acordo com o modelo de estudo dirigido pela professora Veronica Southerland da Universidade George Washington, nos Estados Unidos.
A inalação dessas partículas aumenta o risco de morte prematura por doenças cardiovasculares e respiratórias, cancro do pulmão e infeção das vias respiratórias.
O estudo, que examinou a concentração de PM2.5 e tendências de mortalidade associadas em 13.000 cidades entre 2000 e 2019, descobriu que o número de partículas finas era sete vezes maior do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que 61 em cada 100.000 mortes em áreas urbanas, em 2019, ocorreram devido a essa poluição.
Embora a concentração de PM2.5 tenha permanecido estável a nível global entre 2000 e 2019, foram detetadas grandes variações entre regiões: cidades no sudeste da Ásia (incluindo a Índia) detetaram os maiores aumentos, com uma média de 27%.
Nos locais onde o maior número de partículas finas diminuiu (cidades africanas, europeias e americanas) o número de mortes por PM2.5 não caiu na mesma taxa, o que na opinião dos investigadores se explica por outros fatores demográficos, como o envelhecimento da população.
“A maior parte da população urbana mundial vive em áreas com níveis prejudiciais de PM2.5. Evitar o fardo para a saúde causado pela poluição do ar vai exigir estratégias que não apenas reduzam as emissões, mas também melhorem a saúde geral para diminuir a vulnerabilidade”, disse Veronica Southerland.
Outro estudo, publicado na mesma revista, revelou que quase dois milhos de casos de asma infantil são provocados pelo dióxido de nitrogénio (NO2), e dois em cada três afetados residem em cidades.
O poluente, emitido principalmente por veículos, centrais termoelétricas, fábricas e agricultura, foi responsável por 1,85 milhões de novos casos de asma pediátrica em 2019, 8,5% dos diagnosticados à escala global.
Nas cidades, o NO2 foi responsável por quase um em cada seis novos doentes com asma na infância, de acordo com o estudo coliderado por Susan Anenberg, também da Universidade George Washington.
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