No primeiro dia da cimeira anual, que pela primeira vez se organizou em versão virtual devido à pandemia de covid-19, Dominic Raab, o número dois do Governo de Londres, referiu-se às atuais negociações da União Europeia (UE) para alcançar um acordo comercial para reger as relações comerciais entre as duas partes, já depois do Reino Unido ter saído da EU, num processo designado por ‘Brexit’.

Segundo a agência Efe, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico assegurou que “estão acabados” os tempos em que Bruxelas mantinha o Reino Unido com “a corda na garganta”, numa referência à exigência do bloco europeu em adotar determinadas medidas comunitárias, apesar das reticências dos britânicos.

“Sim, queremos um acordo de comércio livre com a UE, mas um pacto que seja justo”, sublinhou Raab, depois de terminada a nona ronda de negociações entre Londres e Bruxelas, sem que as partes tenham alcançado um pacto para o final do período de transição, que termina em 31 de dezembro”.

Durante o congresso, o ministro do Gabinete, Michael Gove, também se pronunciou acerca do ‘Brexit’ e admitiu sentir-se “otimista” sobre as perspetivas de um acordo com a UE.

Já no início do congresso, o primeiro-ministro, Boris Johnson, também disse sentir-se “otimista” quanto à obtenção de um acordo com a UE, mas sempre que as partes se “exercitem no sentido comum”.

Durante o congresso, Dominic Raab admitiu perante os seus colegas de partido ter tido medo de que o primeiro-ministro Boris Johnson pudesse morrer quando esteve infetado com covid-19.

“Quase custou a vida ao nosso primeiro-ministro, nosso amigo e nosso líder. Estava realmente preocupado de que o podíamos perder desta vez, e temia pela Carrie (Symonds, companheira de Boris Johnson), que estava grávida”, acrescentou Raab, que substituiu Johnson enquanto este esteve hospitalizado.

Um dos outros anúncios do congresso foi ainda a constituição de uma sede do partido na cidade de Leeds, no norte de Inglaterra, para reforçar a presença do partido numa zona tradicionalmente trabalhista, mas que registou uma subida conservadora em alguns círculos eleitorais, além de ter votado a favor do ‘Brexit’.