"Entendemos que os partidos devem fazer a sua reflexão, devem tomar as suas posições, devem aproveitar as próximas eleições para deixar expresso nos seus programas eleitorais qual é a posição de cada um dos partidos para que as pessoas saibam que votando naquele partido sabem que vão ter os deputados a votar em determinado sentido esta matéria. Isso parece-nos que é uma clarificação que não existe até agora", afirmou Assunção Cristas.
A líder centrista lembrou que o CDS-PP é "contra a eutanásia", uma posição conhecida "há muito tempo", mas "porventura não é assim em relação a todos os partidos", referindo que apenas o PAN tem "esta matéria no programa eleitoral".
Assunção Cristas falava à agência Lusa em Santa Marinha, Seia, no distrito da Guarda, onde se deslocou para participar na primeira sessão do IV Ciclo de Conferências de Primavera organizado pela paróquia local, onde fez uma intervenção sobre "Testemunha de Fé no mundo da política".
"Eu entendo que [a eutanásia] é uma matéria muito delicada e muito importante que merece ser clarificada pré-eleitoralmente, para que depois o parlamento, que tem sempre legitimidade, possa também ter um mandato real, dado pelos portugueses, para poder legislar sobre esta matéria, se for o caso", disse.
Cristas referiu ainda que "há apenas dois países na União Europeia que admitem a eutanásia" e "todos os outros são contra".
"E, por alguma coisa são contra e, em alguns deles, as leis já foram a votos e foram chumbadas. Portanto, eu espero que em Portugal continuemos a não admitir a eutanásia e no CDS faremos tudo o que está ao nosso alcance para impedir que tal venha a acontecer", rematou
Segundo a presidente do CDS-PP, o partido "tem sido muito claro nesta matéria".
"Nós somos contra a eutanásia, todos os nossos deputados são contra a eutanásia, portanto, votarão contra qualquer projeto que venha de qualquer partido nesta matéria", advertiu.
Para a líder do CDS-PP, "o parlamento é o local adequado para se discutir e se votar uma matéria tão sensível e tão importante para a sociedade portuguesa quanto esta", indicando que "o parlamento tem legitimidade, mas não tem mandato".
Questionada sobre o ministro das Finanças ter informado o Conselho Permanente de Concertação Social de que não haverá aumentos de salários em 2019, Assunção Cristas respondeu que sobre essa matéria falará "noutra altura".
"Hoje, estamos aqui para falar de outras coisas. A eutanásia veio a propósito, a função pública terá outro momento", respondeu.
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