"Na nossa opinião, a economia portuguesa não cresceu tanto como a espanhola ou a irlandesa porque não estamos a apostar suficientemente na geração de condições de confiança para atrair investimento. O Governo tinha uma estratégia que passava muito pela devolução de rendimentos para com isso animar a procura interna. Sabemos hoje que não foi isso que fez crescer a economia, mas sim o efeito das exportações" afirmou Pedro Passos Coelho aos jornalistas.

Para o social-democrata, "não há indicação de que o investimento esteja a melhorar e isso já não é bom", defendendo que o Governo devia antecipar decisões "que não estão a ser tomadas", motivo pelo qual vai avançar com algumas propostas na Assembleia da República, sem precisar quais.

Já em relação à estratégia financeira, o líder do PSD defendeu ainda que "há decisões que não estão de acordo com as nossas necessidades e deviam ser corrigidas",

"O Governo que eu chefiei tinha previsto, até ao final deste ano, fazer uma amortização maior de empréstimos que contraímos no passado junto do Fundo Monetário Internacional, porque são empréstimos que o país teve de fazer a custos mais elevados. Hoje podíamos estar a substituir esses empréstimos por outros a juros mais baixos e isso poupava nos juros", concretizou.

“O Governo por exemplo quer aumentar em 2017 as pensões e conta que para atualização se venha a gastar perto de 200 milhões de euros. Se esta política não tivesse a ser seguida, poderíamos poupar 300 milhões de euros, que davam para melhorar mais as pensões”, acrescentou.

Sobre a substituição ou não do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos, que poderá ficar resolvida na reunião de quinta-feira, Passos Coelho qualificou de "absolutamente insólito que o país esteja a assistir a este folhetim há tempo demais".

O líder do PSD falava na Ericeira, onde se deslocou a propósito do Dia do Mar.

Lembrando que Portugal tem uma das 10 maiores zonas económicas marítimas do mundo, defendeu que Portugal deve "apostar no cluster do mar", ao considerar que muitas atividades ligadas ao mar "vão ter no futuro uma importância decisiva" ao gerar investimento, criar postos de trabalho e contribuir para a riqueza do país.

Na Ericeira, Passos Coelho visitou uma incubadora de negócios ligados ao mar, onde existem 31 projetos de trabalho e 38 postos de trabalho criados, o Centro Interpretativo da Reserva Mundial de Surf, uma loja de venda de material para desportistas das ondas e a praia de Ribeira d'Ilhas.