“Veremos no dia 22 qual o cenário político que irá apresentar-se. Estou sempre disponível, com os diversos partidos, para dialogar e chegar a um acordo parlamentar com aqueles que estejam alinhados com os compromissos do PS e que também possam garantir uma estabilidade política”, afirmou Paulo Cafôfo.

O candidato respondia assim quando questionado pela Lusa sobre uma possível geringonça na Madeira, durante uma ação de campanha hoje de manhã no bairro de Santa Maria, no Funchal, o mais antigo bairro camarário da Madeira.

“Se for necessário estabelecer algum acordo, temos toda a disponibilidade desde que seja para mudar as politicas e para garantir a estabilidade política”, reforçou.

Paulo Cafôfo liderou nas autárquicas de 2013 a coligação ‘Mudança’, que juntou PS, BE, PND, MPT, PTP e PAN, acabando com a maioria absoluta que o PSD sempre teve na Câmara Municipal do Funchal.

O feito foi repetido em 2017, com uma nova conjugação de forças partidárias, o projeto ‘Confiança’, que juntou PS, BE, JPP, PDR e Nós, Cidadãos!.

Durante a ação de campanha, o cabeça de lista do PS fez ainda duras críticas ao líder do Governo Regional e do PSD/Madeira, acusando Miguel Albuquerque de ser um presidente "ausente".

“Tem tempo para estar na Quinta Vigia para receções e cocktails, mas não tem tempo para comigo debater os verdadeiros e reais problemas. A vida é mais do que festa e receções, é uma vida real de pessoas que têm problemas reais e querem ouvir quais são as soluções e as respostas para esses problemas”, afirmou, comentando assim a recusa de Albuquerque em participar num debate na TSF, segundo divulgou hoje o Diário de Notícias do Funchal.

"Eu acredito sinceramente que vou vencer, mas seria importante que, nesta fase, houvesse disponibilidade para podermos debater os problemas, de discutir as nossas ideias, porque esta indiferença é uma indiferença também perante as pessoas, é uma falta de respeito para com as pessoas”, frisou o candidato apoiado pelo PS.

Afirmando que um “debate democrático entre os principais protagonistas” é “importante” para “que as pessoas saibam e conheçam as suas ideias”, Cafôfo considerou que “esta falta de comparência é sinal de alguém que não está interessado em esclarecer, em debater com o seu adversário aquilo que são as ideias e os projetos para a região”.

“Esta é uma ausência que vem de trás. Um presidente do governo tem de estar presente seja nos bons ou nos maus momentos. Infelizmente, temos tido um presidente que não tem estado presente nas principais ocasiões. Esta é mais uma delas”, afirmou.

As eleições regionais legislativas da Madeira decorrem em 22 de setembro, com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional.

PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR são as 17 candidaturas validadas para estas eleições, com um círculo único.

Nas regionais de 2015, os sociais-democratas seguraram a maioria absoluta - com que sempre governaram a Madeira - por um deputado, com 24 dos 47 parlamentares.